- Bradesco inicia testes do IDbra, identidade digital baseada em blockchain para crédito.
- Novo sistema promete reduzir pela metade o tempo de solicitação e quadruplicar aprovações.
- Plataforma usa tokens para validar credenciais sem expor dados, reforçando segurança e privacidade.
O Bradesco iniciou uma fase importante de modernização ao anunciar os primeiros testes do IDbra, uma solução de identidade digital construída sobre tecnologia blockchain. O objetivo é transformar a jornada de crédito e tornar todo o processo mais rápido, seguro e eficiente para os clientes. A iniciativa marca um passo significativo no avanço das grandes instituições financeiras brasileiras rumo à digitalização total de suas operações.
O inovabra, ecossistema de inovação do banco, desenvolveu o projeto em parceria com startups, empresas, universidades e parceiros tecnológicos. A Exame informou que o Bradesco selecionou três agências para a primeira etapa dos testes. Juntas, elas atendem aproximadamente 40 mil clientes que passarão a validar suas informações por meio da nova plataforma baseada em blockchain.
O foco inicial do IDbra é o processo de solicitação de cartões de crédito. O Bradesco afirma que a tecnologia aumenta a taxa de aprovação, porque muitos clientes abandonam pedidos na fase de preenchimento de dados. Com a identidade digital, o banco reduz essa etapa e confirma os dados de forma mais ágil e confiável. O banco estima que a adesão aos cartões possa até quadruplicar com o novo modelo.
Bradesco blockchain
A tecnologia também promete reduzir em cerca de 50% o tempo médio de solicitação. A rede blockchain autentica a verificação dos dados e elimina etapas burocráticas que deixam a experiência mais lenta. O Bradesco afirma que o sistema melhora também a segurança e a privacidade, dois pontos críticos na relação entre instituições financeiras e clientes.
O diretor executivo de tecnologia do banco, Francesco Di Marcello, destacou que as interações digitais representam um divisor de águas nas relações entre pessoas e empresas. Para ele, a identidade digital responde a essa demanda crescente, ao oferecer uma experiência mais fluida e conveniente, sem comprometer a privacidade dos usuários.
De acordo com o executivo, a solução pretende eliminar longos cadastros e múltiplas senhas. Dessa forma, ele afirma que o IDbra é “mais que uma carteira digital” e pode evoluir para outras aplicações internas e externas após o período de testes. Assim, a plataforma foi projetada para ser escalável e capaz de lidar com diferentes tipos de credenciais, desde dados básicos até informações financeiras e, futuramente, até dados de saúde.
Além disso, Di Marcello explicou ainda que as credenciais não ficam armazenadas diretamente na blockchain. Em vez disso, apenas um token referente à credencial é registrado. Assim, qualquer parte envolvida pode confirmar a autenticidade e a imutabilidade da informação sem expor dados sensíveis. Esse modelo pretende equilibrar segurança, privacidade e eficiência operacional.


