As criptomoedas trouxeram um dos conceitos mais excêntricos possíveis no quesito “onde eu guardo meu dinheiro”.
As denominadas carteiras frias ou coldwallets englobam as carteiras de criptomoedas que não estão ligadas à internet. As que estão ligadas são conhecidas como hotwallets ou carteiras quentes.
As carteiras frias existentes atualmente são diversas. Podem ficar dentro de algum dispositivo em desuso, como um laptop ou um smartphone.
Também podem ser adquiridos aparelhos específicos para esta função, como uma Trezor, por exemplo, clicando no anúncio que consta logo aqui abaixo, no lado direito desta reportagem.
Outras duas formas mais excêntricas de guardar criptomoedas em carteiras frias é anotando a sua chave privada em um papel, o que conhecemos como paperwallets, ou também armazenando-as no cérebro, o que é o mais intrigante.
As brainwallets trazem a ideia de que a chave privada seja memorizada, e não escrita seja onde for.
A chave privada é uma sequência de letras e números aleatórios, e a tecnologia das criptomoedas é tão disruptiva que uma pessoa pode armazená-la na cabeça, e assim levar dentro de si as suas criptomoedas.
Pode parecer meio insano se fazer isso, mas às vezes isto pode ser extremamente necessário, o que torna o processo fascinante.
Imagine o caso de um refugiado, por exemplo, que precisasse fugir de seu país? Que ótimo esconderijo.
Há relatos de viajantes que temem serem furtados, e as suas chaves privadas estão na cabeça.
Mas armazenar uma senha na cabeça pode ser muito perigoso. As senhas devem ser extensas e bem elaboradas, e a longo prazo a pessoa pode esquecer. Imagine se há mais de uma delas?
Acidentes e fatalidades também poderiam “extinguir” criptomoedas, mas existem pessoas que preferem que suas criptomoedas morram consigo ao perdê-las enquanto vivas.
Situações das mais distintas levam pessoas a usarem as carteiras cerebrais, sendo que o principal motivo descrito atualmente é a paranoia!
Exchanges são hackeadas, o Governo pode tomar, o smartphone pode pifar, a mãe pode jogar o papel fora, o ladrão pode levar o palmtop antigo, a Ledger pode sumir e a pessoa não ter guardado direito as palavras chave.
Em todos estes casos alguém pode perder as criptomoedas que possui, e existem muitas outras formas.
Para fazer uma carteira cerebral uma pessoa precisa de uma senha, e a recomendação básica é que ela seja mnemônica.
Para gerar senhas de criptografia cerebrais existem programas como o Electrum, BitcoinArmor, Mycelium e o Brainwallet.io.
Estes programas simplesmente são desconectados da internet quando a chave privada de um endereço é gerada, e o usuário digita uma sequência de letras na plataforma que é salvada e fica associada à chave privada.
Normalmente as pessoas utilizam longas frases, como textos de livros ou letras de músicas, pois assim, de forma mnemônica associam a senha a algo da vida real.
Este não é o melhor caminho, pois apesar de serem mais fáceis de serem lembradas são mais fáceis de serem hackeadas.
Utópico pensar que alguém criou uma senha para carteira cerebral e esta foi hackeada!
O ideal é se utilizar o conceito de Palácio de Memórias ou Método de Loci, uma forma interessante de se criar contextos mentais.
Pois bem, para aqueles que não sabem onde guardar suas criptomoedas, como as carteiras quentes “são uma fria”, está aí um método prático, barato, mas muito excêntrico de utilizar uma carteira “fria”.
*Antes de adquirir qualquer tipo de carteira de criptomoedas, seja ela fria ou quente, respalde-se dos cuidados a serem tomados. Esta reportagem apenas apresenta mais uma forma de armazenamento de criptomoedas, sendo assim um meio de cultura e conhecimento, mas não é um incentivo ou desincentivo para o seu uso.
*Tome cuidado ao deixar criptomoedas em exchanges.