O Banco Central do Zimbábue está planejando lançar sua moeda digital governamental (CBDC) com lastro no ouro.
Um dos motivos da empreitada é tentar solucionar o problema de instabilidade da moeda do país, o dólar do Zimbábue.
De acordo com o governador do Banco Central, Rjon Mangudiya, a CBDC no país será usada como moeda legal atrelada às reservas de ouro do Zimbábue para limitar as quedas do valor da moeda do país.
Apenas para se ter uma ideia, em 2015 o governo tirou as notas de 100 bilhões de dólares do Zimbábue de circulação, que já estavam defasadas, consumidas pela alta inflação. O país já teve nota de 100 trilhões de dólares zimbabueanos.
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CBDC lastreada em ouro
De acordo com Mangudiya, o primeiro passo do Banco Central para usar as reservas de ouro do país é consolidar a queda do dólar do Zimbábue e combater a inflação.
As autoridades monetárias sugerem que a população que tiver reserva de dólar zimbaueano os troquem por CBDC, e assim preservem seu valor e se protejam contra a volatilidade da taxa de câmbio.
O chefe do departamento de finanças do Zimbabué disse que está estudando tudo o que tem sido feito pelos países africanos em relação às CDBCs. Ele acredita que este seja o melhor procedimento para conter a depreciação da moeda do país em relação às moedas fortes do mundo, como o dólar americano e o euro.
A Nigéria é um dos países que possui a sua CBDC mais desenvolvida dentro do continente, e o governador do Banco Central do Zimbábue disse estar observando de perto seu desenvolvimento.
Na Nigéria, o volume de transações com a moeda digital do estado aumentou 63% desde o seu lançamento. Já na Zâmbia, Felix Mutati, Ministro da Ciência e Tecnologia, disse que os ativos digitais estão sendo cada vez mais usados para pagar bens do dia a dia.
No continente africano o Bitcoin e o Ether são populares entre a população, e assim os governos estão desenvolvendo legislações para o uso dos criptoativos e implementando suas CBDCs para controlar o uso das moedas digitais.