A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC) iniciou uma investigação sobre os contratos de previsão relacionados ao Super Bowl. Os contratos que estão sendo investigados oferecidos pelas plataformas Crypto.com e Kalshi.
As empresas foram questionadas sobre como esses contratos cumprem as regulamentações de derivativos, sobretudo em relação ao risco de manipulação.
CFTC alerta sobre contratos de previsão e volume de negócios
“Continuamos revisando os contratos de acordo com nossos regulamentos”, disse um porta-voz da CFTC à Bloomberg em 3 de fevereiro.
A Crypto.com, que opera uma exchange de derivativos nos EUA, alertou a CFTC em dezembro de 2024 sobre o início das negociações desses contratos em 23 de dezembro. No entanto, devido ao período de festas e à iminente paralisação do governo norte-americano no final do ano, a comissão não teve tempo para revisar os produtos antes do início das operações.
A Kalshi, por sua vez, lançou o mercado de previsão Kansas City vs Philadelphia no dia 24 de janeiro. Na ocasião permitiu que traders apostassem tanto no vencedor da partida quanto nas empresas que veiculariam anúncios durante o evento.
De acordo com dados da plataforma, o mercado movimentou mais de US$ 2,4 milhões nas apostas sobre o vencedor e US$ 1,5 milhão nas previsões sobre os anúncios.
Possíveis penalidades e risco de proibição
Embora a CFTC não tenha a autoridade para interromper as negociações imediatamente, a agência pode revisar os contratos dentro de um prazo de 90 dias. E, diante disso, aplicar penalidades retroativas se houver irregularidades.
A comissão tem a permissão legal para exigir que empresas que “autocertificam” produtos financeiros comprovem que eles não estão suscetíveis a manipulação e, sobretudo, se seguem todas as normas de derivativos.
A nova liderança da CFTC, sob o comando de Caroline Pham, prometeu intensificar a supervisão sobre produtos emergentes no mercado de derivativos. Dentre esses produtos, especialmente aqueles relacionados a eventos esportivos e previsões baseadas em blockchain.
Plataformas como a Polymarket já mostraram o potencial desse mercado ao movimentar mais de US$ 3,6 bilhões durante a eleição presidencial dos EUA de 2024, o que levanta ainda mais preocupações regulatórias.