Há tempos leio reportagens ou vejo pessoas falando que o Bitcoin é uma moeda deflacionária, o que na atualidade ainda é um equívoco conceitual de economia.
Ainda, pois um dia isso mudará.
Pegando os termos ao pé da letra, sem inserir discussões econômicas diversas, o dicionário Pribermam nos traz as seguintes definições:
Inflação:
- Ato ou efeito de inflar = Inchação
- Desequilíbrio econômico caracterizado por uma alta geral dos preços e que provem do excesso do poder de compra da massa dos consumidores em relação à quantidade de bens e de serviços postos à sua disposição.
- Carestia resultante desse desequilíbrio. Aumento excessivo.
Deflação:
- Ato de retirar de circulação o papel moeda superabundante, por oposição à inflação.
- Ato ou efeito de frear a inflação com medidas monetárias (redução do meio circulante) ou financeiras (controle do crédito, enquadramento de preços, entre outros).
Pois bem, para que fosse deflacionário o Bitcoin deveria diminuir o número de moedas circulantes, o que não acontece.
Desde o último Halving do Bitcoin, em meados de maio deste ano, houve a redução pela metade da recompensa por bloco minerado, mas isto não reduziu em qualquer fração o número de moedas circulantes.
Assim sendo, temos que o Bitcoin é uma moeda inflacionária, entretanto, de baixo índice inflacionário.
Enquanto os Governos imprimem dinheiro massivamente, o Bitcoin reduziu neste ano pela metade a sua inflação.
O Bitcoin seria uma moeda deflacionária se o seu suprimento fosse sendo diminuído aos poucos, e não aumentado como ocorre atualmente.
Em outro contexto, se compararmos o Bitcoin ao dinheiro FIAT, de certa forma em alguns casos poderemos classifica-lo como sendo super inflacionário.
Cito o exemplo comparativo do Bitcoin com o Real brasileiro. No início de 2019, a unidade de Bitcoin chegou a custar cerca de R$12.500 reais, sendo que hoje ele custa em torno de R$60.000 mil reais.
Assim sendo, torna-se um equívoco importante dizer que o Bitcoin é uma moeda deflacionária, uma vez que um de seus principais princípios é possuir uma baixa taxa de cunhagem atual, reduzível e limitada ao longo do tempo.
Entretanto, o Bitcoin até poderia ser considerado uma moeda deflacionária, uma vez que pesquisas mostraram que perde-se mais Bitcoins do que produz-se diariamente.
Mas não pode ser relevado desta forma, pois muitos destes Bitcoins estão em carteiras esquecidas, e vira e mexe uma dessas move parte de seus Bitcoins.
Com a sua quantidade de cunhagem limitada a 21 milhões de exemplares, um dia o potencial inflacionário do Bitcoin será extinto, e as perdas de moedas compactuarão plenamente com esta classificação de moeda deflacionária.