Após ser obrigado a prestar esclarecimentos sobre o possível lançamento da nova nota de R$ 200, pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármem Lúcia, o Banco Central apresentou uma resposta inesperada, mas ainda assim sem poucas surpresas.
De fato, a ação foi movida pelo PSD, Rede e PSB, que acreditam que o lançamento da nota de novo valor é inconstitucional. Além disso, segundo a relatora, a nova cédula teria potencial para facilitar a lavagem de dinheiro e o financiamento de terrorismo.
Assim, em resposta ao STF, o Banco Central alegou que a nova nota “estaria longe” de facilitar atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro, devido ao seu diminuto valor de reserva quando comparado a outros ativos. Por meio de um gráfico, o BC mostrou que a nova nota representará apenas US$ 39. Enquanto isso, a maior nota dos EUA vale US$ 100.
Desta forma, o Bacen julgou como “duvidoso o argumento de que a nova cédula, por si só, facilitaria os crimes de lavagem de dinheiro e de ocultação de valores”. A afirmação é sustentada pelo banco, devido ao “baixo valor de reserva que a nova cédula de duzentos reais representará em comparação com outras moedas”.
Apesar de tudo o que a justifica do Bacen pode representar, no fundo ela se justifica. Ao longo do primeiro trimestre de 2020, o real brasileiro foi a moeda que mais desvalorizou. E as expectativas futuras para a moeda nacional não são positivas.
Em abril, o banco UPS realizou uma análise prevendo um dólar a R$ 7,35 até o final de dezembro de 2021. “Acreditamos que esses cenários alternativos podem se materializar dependendo da reação da política pós-crise, principalmente em relação ao crescimento e à trajetória fiscal”, disseram os analistas.