De acordo com um anúncio realizado ontem (20), o Departamento de Justiça dos EUA acusa Joseph Sullivan, ex-chefe de segurança da Uber, por obstrução da justiça e erro de um crime relacionado a um hack que o aplicativo de caronas teria sofrido em 2016.
Os hackers teriam obtido acesso aos dados de carteira de motorista de mais de 600.000 motoristas do aplicativo. Além disso, os malfeitores também teriam conseguido informações pessoais de aproximadamente 57 milhões de usuários da plataforma.
De fato, Sullivan teria tentado encobrir um hack de dados privados em 2016, realizando um pagamento de US$ 100.000 em Bitcoin. O pagamento aos hackers teria sido realizado por meio do programa de recompensa por bugs da empresa. Vale destacar que grandes empresas contam com programas como esse, que realizam pagamentos legítimos a hackers que se propõem a encontrarem falhas de seguranças.
Contudo, o ex-CSO está sendo agora acusado de tomar “medidas deliberadas para ocultar, desviar e enganar” a Federal Trade Commission (FTC) em relação à violação. “Não vamos tolerar pagamentos ilegais de dinheiro secreto”, disse o procurador dos EUA David Anderson. “O Vale do Silício não é o Velho Oeste.”
Porém, Sullivan, por meio de seu porta-voz, Bradford Williams, negou que as acusações sejam verdadeiras. “Desde o início, o Sr. Sullivan e sua equipe colaboraram estreitamente com as equipes do Uber, de acordo com as políticas da empresa”, afirmou Williams. “Essas políticas deixaram claro que o departamento jurídico do Uber – e não o Sr. Sullivan – era responsável por decidir se, e para quem, o assunto deveria ser divulgado”.
Entretanto, dois hackers envolvidos nesta violação já se declararam culpados das acusações de conspiração. Até o momento os dois malfeitores aguardam suas sentenças.