O governo do Zimbábue emitiu uma ordem de suspensão a todas as empresas que fornecem pagamentos móveis, incluindo a Ecocash, uma das principais do país. Além disso, o governo também ordenou que a Bolsa de Valores do país parasse as negociações, aumentando ainda mais a crise econômica do país.
O governo zimbabuense afirma que as medidas buscam evitar conspirações que possam levar o dólar do Zimbábue ao colapso. Contudo, a medida atrapalha milhões de cidadãos que necessitam de operadoras de pagamento móvel já que a oferta de papel-moeda é demasiadamente escassa no país.
De fato, o dólar do Zimbábue, ou o Zimdollar, é uma moeda com um histórico muito negativo. Reintroduzida na economia em 2019, o Zimdollar substituiu diversas moedas de outras nacionalidades que eram utilizadas no país, como o iene e o dólar americano. Assim, para forçar o uso da nova moeda, o governo do país proibiu o uso doméstico de moedas estrangeiras.
Entretanto, com o governo sendo deflagrado em diversos escândalos de corrupção, ele perdeu a confiança de sua população, que rapidamente migrou novamente ao dólar americano. Esta representa a quinta vez que o Zimdollar entra em colapso na história.
Ecocash se posiciona contra ordem do governo
Desta forma, a Ecocash se posicionou contra a ordem de suspensão de serviço emitida pelo governo, afirmar que irá desafiar a proibição. Segundo a provedora de pagamentos móveis, apenas o Banco Central do Zimbábue pode emitir tal ordem, assim, eles continuarão a atuar no país.
Vale lembrar que a Ecocash é comumente usada para compra de criptomoedas, como o Bitcoin, no Zimbábue.
Em meio a crise potencializada pelas novas medidas governamentais, a Bitcoinke, uma das principais agencias de noticias cripto africana, noticiou que a demanda por Bitcoin disparou nos últimos dias. Segundo a agência, a principal criptomoeda do mundo vem sendo negociada no mercado interno com valores 18% acima do valor do mercado global.
Além disso, muitos zimbabuenses se voltaram aos pagamentos digitais e, em 2019, as carteiras móveis representaram quase 85% de todos os volumes de transações e 22,6% do valor movimentando, aponta o banco central do país.