- A Bybit pede que a ParaSwap DAO devolva taxas ganhas com transações de hack
- A proposta inicialmente atraiu ceticismo, com vários membros do DAO pedindo verificação antes de avançar a proposta
- O pesquisador de DeFi e delegado do ParaSwap DAO, Ignas, postou no X, destacando um dilema colocado sobre o DAO
A Bybit solicitou oficialmente que a ParaSwap DAO devolva taxas obtidas por transações realizadas pelo Lazarus Group, grupo de hackers que roubou US$ 1,5 bilhão da exchange. A proposta, com a publicação no fórum da DAO em 4 de março de 2025, pede o retorno de 44,67 Wrapped Ether (wETH), cerca de US$ 100.000, gerados como taxas pelas operações dos hackers.
A comunidade da ParaSwap está dividida sobre a questão. Alguns membros argumentam que devolver os fundos seria um gesto positivo para a indústria cripto. Enquanto isso, outros alertam que isso poderia criar um precedente perigoso para futuros ataques e solicitações semelhantes.
Debate na DAO e impacto na regulação DeFi
Verification of Proposal Authenticity 🤝 @paraswap
We hear the DAO community’s concerns and want to reassure you — this proposal is legitimate and comes directly from Bybit.
Check the proposal in detail here: https://t.co/JUvPdXBkSZ
— Bybit (@Bybit_Official) March 5, 2025
Em princípio, o pesquisador de DeFi e delegado da ParaSwap DAO, Ignas, destacou o dilema enfrentado pela comunidade. Ele afirmou que, embora manter os fundos possa atrair escrutínio regulatório, devolvê-los pode comprometer a filosofia do setor DeFi, baseada na ideia de que “o código é a lei”.
Além disso, Ignas alertou que aceitar o pedido da Bybit poderia gerar pressões semelhantes sobre outras plataformas descentralizadas. A THORSwap, por exemplo, também foi utilizada pelos hackers para converter os fundos.
Bybit asked to return 44.67 ETH from the Paraswap DAO that Bybit hacker paid in SWAP FEES.
This decision has ethical and legal responsibilities against the DAO and sets a precedent for the wider DeFi ecosystem (notably Thorswap).
I'm a Paraswap DAO delegate but still split on… pic.twitter.com/gz83dk6whR
— Ignas | DeFi (@DefiIgnas) March 4, 2025
Até 27 de fevereiro, o volume de transações na THORChain havia ultrapassado US$ 1 bilhão devido às operações dos criminosos. No início de março, a plataforma já havia gerado US$ 5 milhões em taxas, tornando-se outro alvo potencial para pedidos de reembolso.
Diante dessa situação, membros da DAO discutem três possíveis respostas:
- Devolver o valor total para a Bybit.
- Negociar um reembolso parcial, onde a ParaSwap manteria 10% como recompensa, semelhante ao programa de bug bounty da Bybit.
- Rejeitar o pedido, argumentando que a DAO não deve assumir responsabilidade por transações legítimas realizadas em seu protocolo.
Histórico de casos semelhantes e consequências para a ParaSwap
A proposta da Bybit gerou preocupação dentro da comunidade DeFi, especialmente entre desenvolvedores e operadores de protocolos descentralizados.
Um membro da DAO citou um caso semelhante ocorrido em 2013, quando outra plataforma pediu à ParaSwap um reembolso por taxas geradas durante um ataque hacker. Na época, a DAO negou a solicitação, seguindo o princípio de que as taxas foram geradas legalmente pelo funcionamento dos smart contracts.
Agora, o dilema se repete. A ParaSwap corre o risco de danificar sua reputação se aceitar a devolução, mas também pode enfrentar desafios legais e regulatórios caso se recuse. A decisão final pode estabelecer um precedente importante para o setor DeFi e definir como plataformas descentralizadas devem lidar com fundos obtidos de forma indireta por atividades ilícitas.
O desfecho da votação da DAO será um marco para o futuro do ecossistema DeFi e pode influenciar como reguladores e investidores enxergam a governança das finanças descentralizadas.