- Marathon levanta US$ 1 bi para comprar mais Bitcoin
- Empresas seguem tendência de tesouraria cripto da Strategy
- Trump Media reforça fundo em BTC com US$ 2 bilhões
A Marathon Digital Holdings confirmou nesta quarta-feira, 23, que vai levantar até US$ 1 bilhão por meio da emissão de notas seniores conversíveis. O objetivo principal é aumentar suas reservas de Bitcoin e reforçar sua presença no mercado de criptomoedas.
A oferta inicial será de US$ 850 milhões, mas investidores qualificados poderão adquirir até US$ 150 milhões adicionais em títulos, elevando o total para US$ 1 bilhão, caso a opção seja exercida.
De acordo com o comunicado da empresa, as notas vencerão em 2032 e não pagarão juros, sendo consideradas obrigações seniores sem garantias. A empresa pretende usar US$ 50 milhões da arrecadação para recomprar parte de suas dívidas anteriores, com vencimento em 2026. O restante dos recursos servirá para compras estratégicas de BTC, incluindo uma parcela significativa adquirida a cerca de US$ 118.487 por moeda.
Estratégia reforça o Bitcoin como pilar da tesouraria
A Marathon deixou claro que o Bitcoin está no centro da sua estratégia de longo prazo. Segundo a nota oficial, os ativos digitais são uma forma de fortalecer a tesouraria e proteger a empresa contra oscilações financeiras tradicionais. Atualmente, a mineradora já possui cerca de 50 mil BTC em seu balanço, o que a torna a segunda maior detentora corporativa de Bitcoin, atrás apenas da Strategy, que detém 607 mil BTC.
Essa nova movimentação ocorre dias após a empresa fechar um investimento estratégico na Two Prime, uma gestora institucional que administra US$ 1,75 bilhão em ativos. O acordo permitirá que a Marathon tenha acesso ampliado à estrutura cripto da Two Prime, impulsionando sua capacidade de adquirir e armazenar mais Bitcoin.
Mercado corporativo acelera corrida por ativos digitais
A decisão da Marathon vem em meio a um cenário de aumento no interesse corporativo por criptomoedas. No mesmo período, a Trump Media adquiriu cerca de US$ 2 bilhões em Bitcoin e títulos ligados ao setor cripto. A empresa, que controla a Truth Social, disse que vai usar os ativos para garantir sua liberdade financeira e proteger-se contra discriminação bancária.
Além disso, a PSQ Holdings, ligada à família Trump, confirmou que também avalia uma estratégia de tesouraria baseada em ativos digitais. Já o CEO Devin Nunes declarou que os Bitcoins adquiridos permitirão criar sinergias com o futuro token de utilidade da Truth Social.
Com essa movimentação, fica evidente que grandes empresas seguem os passos da Strategy, de Michael Saylor, e colocam o Bitcoin no centro de sua estrutura financeira. A Marathon lidera esse avanço entre mineradoras, enquanto o setor institucional começa a incorporar o BTC como reserva estratégica de valor.
A tendência indica que o uso corporativo do Bitcoin pode ganhar força nos próximos trimestres. Empresas com maior apetite por risco e visão de longo prazo estão buscando alternativas ao sistema financeiro tradicional, encontrando no cripto um caminho viável e cada vez mais consolidado.