- A Metaplanet pretende alavancar seu crescente tesouro de Bitcoin para adquirir negócios geradores de caixa
- Atualmente, detém 15.555 BTC, cerca de US$ 1,7 bilhão, após comprar mais 2.204 unidades por US$ 237 milhões
- A segunda fase do plano prevê usar o BTC como colateral para obter empréstimos bancários e financiar aquisições
A Metaplanet, empresa japonesa originalmente no setor hoteleiro, adotou uma postura agressiva na acumulação de Bitcoin. Atualmente, detém 15.555 BTC, cerca de US$ 1,7 bilhão, após comprar mais 2.204 moedas por US$ 237 milhões. O objetivo é alcançar uma reserva de 210.000 BTC até 2027, equivalente a 1% de todo o Bitcoin que será minerado.
Fase 1: acumulação acelerada em estilo “corrida do ouro”
Metaplanet se empenha para acumular rapidamente o máximo de Bitcoin possível. Conforme entrevista ao Financial Times, o CEO Simon Gerovich disse que trata-se de uma “corrida do ouro do Bitcoin”. A ideia é ganhar vantagem antes que os concorrentes consigam alcançar esse ritmo.
Path to ₿210,000 updated 🚀 pic.twitter.com/CUgVTIicJF
— Simon Gerovich (@gerovich) July 7, 2025
A estratégia já rendeu um ganho expressivo em ações, que subiram mais de 345% só em 2025 . A meta inicial era atingir 21.000 BTC até 2025, mas diante do sucesso, foi revisada para 100.000 BTC até o fim de 2026 e, posteriormente, 210.000 BTC até 2027 .
Esse movimento se inspirou no modelo da Strategy, que transformou seu balanço em um “bitcoin treasury”, hoje é a maior empresa detentora de BTC. Metaplanet, por sua vez, busca repetir essa fórmula no Japão, mas com ajustes de financiamento. A companhia não pretende emitir dívida conversível, preferindo ações preferenciais como fonte de capital para aquisições futuras.
Fase 2: uso do Bitcoin para aquisições estratégicas
A segunda fase do plano prevê usar o BTC como colateral para obter empréstimos bancários e financiar aquisições. A prioridade recai sobre negócios que gerem caixa, com destaque ao interesse em um banco digital no Japão. A ideia é que o BTC, avaliado como ativo financeiro sólido, permita alavancar operações reais, um movimento que pode posicionar Metaplanet como precursora de um modelo híbrido entre tesouraria digital e finanças tradicionais .
Esse modelo encontra precedentes iniciais em iniciativas como a do Standard Chartered e OKX, que permitiram colateralizar cripto e fundos tokenizados em operações com clientes institucionais. Porém, tais práticas ainda são incipientes entre os bancos, o que dá à Metaplanet oportunidade de pioneirismo local.
Entretanto, apesar desse plano audacioso, críticos como Jim Chanos alertam que tesourarias altamente expostas ao Bitcoin podem sofrer em futuras regiões de baixa price action. No entanto, o CEO Simon Gerovich rebate, convidando céticos a apostar contra a empresa, mas reafirmando confiança em sua estratégia.