Com experiências variadas em criptografia e ciência da computação, professores de sete faculdades americanas, incluindo o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a Universidade de Stanford e a Universidade da Califórnia, Barkeley se uniram para criar uma criptomoeda projetada para fazer milhares de transações por segundo. Essas transações prometem alcançar uma velocidade que os usuários do Bitcoin nem sonhariam em ter.
A Unit-e, como a moeda é chamada, é a primeira iniciativa da Distributed Technology Research (DTR), uma fundação sem fins lucrativos formada por acadêmicos com o apoio de Pantera Capital Management LP para desenvolver tecnologias descentralizadas.
A DTR pretende lançar a Unit-e no segundo semestre de 2019 e promete processar até 10 mil transações por segundo. Este número é muito maior se comparado com a média atual do Bitcoin (3,3 a 7 transações por segundo) e Ethereum (10 a 30 transações por segundo). E também é mais rápido que a Visa, já que a rede centralizada processa cerca de 1.700 transações por segundo.
Para alcançar maior velocidade e escalabilidade, o DTR desconstruiu a tecnologia blockchain que suporta a maioria das criptomoedas e procurou melhorar quase todos os elementos, disse Pramod Viswanath, pesquisador do projeto e professor de engenharia elétrica e de computação na Universidade de Illinois. O grupo, primeiro, procurou entender os limites de desempenho do blockchain para projetar tecnologias que operam o mais próximo possível desses limites, disse Viswanath.
Os acadêmicos também publicaram pesquisas sobre todos os aspectos da tecnologia blockchain e estão contando com novos mecanismos que projetaram para alcançar consenso, bem como novas formas de sharding – um processo pelo qual cada nó mantém apenas parte do blockchain, aumentando assim a velocidade – e novas redes de canais de pagamento, para atingir a velocidade de transação desejada.
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Em entrevista à Bloomberg, o diretor de investimento do Pantera Capital e membro do conselho do DTR, Joey Krug, disse:
“O público em geral está ciente de que as redes [de criptomoedas existentes] não são dimensionadas. Estamos à beira de algo em que, se isso não aumentar relativamente em breve, pode ser relegado a ideias agradáveis, mas que não funcionaram na prática: mais como a impressão 3D do que a internet.”
O setor de criptomoedas está ciente do problema e várias iniciativas estão em andamento para aumentar as velocidades de transação. Os principais esforços incluem a Lightning Network, que supostamente torna os pagamentos criptografados mais rápidos e baratos, eliminando a necessidade de registrar todas as transações no blockchain; enquanto a Segregated Witness, ou a SegWit, aumenta o limite de tamanho do bloco e permite a implementação de segunda camada para melhorias adicionais. David Chaum, pioneiro das moedas virtuais, também está trabalhando em uma nova plataforma que permitirá que o dinheiro digital seja negociado mais rapidamente.
O sucesso da Unit-e ainda não está garantido. Andrew Miller, chefe do comitê de direção técnica da moeda, acredita que a longo prazo a tecnologia deve vencer, mas a curto prazo existem riscos em que a tecnologia terá de enfrentar para ganhar forças.