Já era!
Foram pouco mais de 2000 anos desde que cunharam a primeira moeda até a atualidade, e esses pedaços de metal que tanto já foram úteis pararão de estorvar os nossos trocos.
Praticamente todos os Governos mundiais estão de olho nas moedas digitais, e deverão tratar do assunto na próxima reunião do G20, que ocorrerá em novembro na Arábia Saudita.
Para os entusiastas das criptomoedas, isso parece bom, mas “calma lá”!
Você notou a abismal diferença de conceitos?
Moedas digitais e criptomoedas podem ser a mesma coisa para você, mas não será para o Governo, certamente.
Dois detalhes nas criptomoedas incomodam esses caras:
1 – Não tem seu CFP nela.
2 – Eles estão muito atrasados, e não são donos da parada.
O que eles tentam agora é digitalizar o dinheiro traçando o mesmo caminho retrógrado que seguiram na digitalização das formas de pagamento.
Sim, uma vez os Governos tentaram barrar, por exemplo, os pagamentos com cartões de crédito e débito. Fugiria do controle deles.
Mas depois cederam, regulamentaram, burocratizaram, e claro, mapearam tudo para saberem onde você gasta seu dinheiro.
Agora não está sendo diferente.
Desde o surgimento do Bitcoin os Governos tentam aniquila-lo. A imprensa mesma, já matou o Bitcoin centenas de vezes.
Mas a digitalização e as novas tecnologias dentro da globalização financeira não permitem o impedimento da evolução.
Atualmente, mais de 90% das transações financeiras são feitas de forma digital.
Estão no corriqueiro TED que você faz, no depósito bancário em outra conta, no código de barras que vc digitaliza pelo celular, está no cartão de débito que você nem mais precisa inserir na maquininha.
Mas estes meios de pagamento também estão se tornando obsoletos. Basta você entrar em sua carteira privada e enviar seu pagamento via blockchain num sábado de madrugada que 5 minutos depois você não terá saudades daquele DOC das 17h de uma sexta-feira.
O Governo brasileiro, atrasado como sempre, “já” anunciou o PIX. Um sistema de pagamentos e transações financeiras entre Bancos, que nos permitirá transferir dinheiro entre contas de outros bancos numa sexta-feira às 17h. Chegará em novembro.
Puxa, Governo! Que legal, obrigado!
Não, não estou sendo irônico, isto é ótimo, mas atrasado.
Só de ser do Banco Central do Brasil já se imagina que o motivo para esta benfeitoria é o bem da população.
Não, não é! Isto jamais seria pensado se não existissem Bitcoins, Litecoins, Ethereums, e até a tadinha da Libra.
Na verdade o PIX é o início da criação de um sistema mais digitalizado e prático de movimentações econômicas que no futuro deverá dar suporte a uma moeda digital centralizada.
Ao menos assim espero eu, uma vez que o Governo adora burocratizar as coisas e não duvido nada se não tiver que criar um outro sistema posterior para dar suporte a sua própria moeda digital.
Sobre a moeda digital tupiniquim, em julho deste ano deputados consentiram e solicitaram ao Banco Central explicações a respeito da moeda que ele está pensando em criar.
A necessidade de uma moeda digital foi aflorada com a pandemia e a passividade do dinheiro em espécie em transmitir doenças, tanto que esta é uma preocupação dos nossos nobres políticos.
Tal nobreza também está preocupada com a conscientização e inclusão de seus cidadãos no mundo do dinheiro virtual.
Mitigar o financiamento do crime organizado e terrorismo, a evasão fiscal, a lavagem de dinheiro e corrupção, também são preocupações do Governo.
Ah, e não nos esqueçamos do seu CPF. O Governo está bastante preocupado em como vão enfiar o seu CPF lá.
O Governo quer saber quais medidas estão sendo tomadas para garantir a rastreabilidade da moeda digital em relação ao acesso imparável do próprio Estado às contas e valores digitais.
Não são palavras minhas, estas, são do deputado Luizão Gulart (Republicanos/PR), redator do Requerimento.
Que soluções estão sendo estudadas para garantir a rastreabilidade da moeda digital e, ao mesmo tempo, o sigilo bancário e a privacidade dos cidadãos, tanto com relação a outras pessoas quanto ao acesso irrestrito do próprio Estado às contas e valores digitais?”
Mas o importante é que o Governo está estudando, e rápido, implementar o “fim do Real”, e a criação de um Banco Central de Moeda Digital, que possa emitir uma moeda digital.
Importante porque assim o Governo interligaria diretamente milhões de pessoas sem precisar de um intermediador. Sim, estou pasmo, pois isso deixa os Bancos públicos e privados um pouco de lado, mas fará bem para o Brasil.
Quando o Governo toma medidas de ajuda ao crédito precisa dos Bancos para intermediar estas negociações, e muitas vezes este dinheiro fica encrostado nos Bancos.
Também fará bem para o Brasil, pois indubitavelmente as moedas digitais são práticas quanto a serem utilizadas como meio de troca ou reserva financeira.
Conforme citei acima, o Governo está preocupado se você vai deixar de usar o Real e passar a usar USDTether para pagar as coisas, ou se vai deixar seu dinheiro rendendo numa “yield farming”.
Por isso agora a água está batendo na nuca do Governo. Se empresas privadas mandarem no dinheiro, como eles mandarão no dinheiro?
Não por menos, John Kiff, especialista sênior do Fundo Monetário Internacional, declarou no mês passado a preocupação com projetos como o Libra, do Facebook.
Aqui no Brasil, o Banco Central anunciou que está formando um grupo de pesquisa para a emissão de uma moeda digital…. centralizada, é claro!
Enquanto países já estão quase lançando as suas próprias moedas digitais em blockchains, os nossos atrasados políticos e Banco Central estão lançando uma forma de pagamento entre Bancos que tem nome de desenho animado.
É brincadeira, não é?
O nosso Banco Central é tão “passado”, que vislumbram um futuro que já existe.
São declarações no nosso Banco Central:
…o CBDC pode ser uma possibilidade para aprimorar o modelo vigente das transações comerciais entre as pessoas e mesmo entre países. Com o intuito de antever o futuro das relações financeiras, o Banco Central formou um grupo de trabalho para discutir impactos de uma eventual emissão de moeda digital no Brasil.
Nossa! Gênios! Anteveem o futuro!
E essas, então?
No nosso caso é muito importante o PIX porque vemos daqui para frente a união de uma forma de pagamento instantâneo, aberto e interoperável…..
“Lá na frente a gente enxerga um mundo muito mais digitalizado com uma moeda digital”, revelou.
O nosso Banco Central enxerga lá na frente o que os Cypherpunks enxergavam no século passado.
Apesar das críticas, o importante é que estamos indo para um caminho. O mesmo que um conjunto de gênios elaborou, discutiu, testou, e implementou em cadeias de blocos criptografados com o objetivo de descentralizar as finanças mundiais.
Sim, a velha e indigesta política vai centraliza-la, mas quando o fizerem, será tarde.