- Rede criminosa usou deepfakes e plataformas falsas para enganar vítimas
- Autoridades apreenderam milhões em dinheiro, contas e criptomoedas
- Operação internacional continua e novas prisões são esperadas
As autoridades europeias avançaram com firmeza no combate ao crime digital ao desarticular uma quadrilha que roubou mais de US$ 815 milhões em esquemas de criptomoedas. A operação, conduzida por oito países, expôs uma rede altamente coordenada, especializada em fraudes e lavagem de dinheiro em larga escala.
Após as prisões, as equipes de investigação apreenderam mais de US$ 1,8 milhão em dinheiro e diversos bens valiosos ligados ao grupo. Essas ações reforçam o peso financeiro da ofensiva e mostram a crescente pressão internacional contra o crime cibernético.
Esquema parecia pequeno, mas cresceu rapidamente
As investigações começaram com uma simples denúncia sobre uma plataforma duvidosa de investimentos. No entanto, os agentes avançaram rapidamente e descobriram uma estrutura muito mais sofisticada. A quadrilha operava diversas plataformas de criptomoedas falsificadas e usava anúncios deepfake de alta qualidade para atrair vítimas. Cada chamada telefônica reforçava promessas de retornos rápidos, criando um ambiente de confiança artificial.
Os golpistas também exibiam comprovantes falsos de lucros. Dessa forma, milhares de pessoas depositaram valores significativos nessas plataformas fraudadas. Assim que os recursos chegavam, a quadrilha espalhava o dinheiro por diversas redes e corretoras, dificultando a rastreabilidade. Em seguida, realizava saques rápidos para ampliar a lavagem dos ativos desviados.
As vítimas estavam espalhadas pela Espanha, França, Bélgica, Bulgária, Alemanha e Malta. Além disso, moradores de Chipre e Israel também caíram no golpe, o que ampliou o alcance da operação e o número de autoridades envolvidas.
Prisões coordenadas revelam operação muito maior
A primeira fase da ofensiva ocorreu em 27 de outubro de 2025. A polícia realizou buscas no Chipre, na Alemanha e na Espanha, seguindo solicitações oficiais da França e da Alemanha. As equipes prenderam nove suspeitos ligados à lavagem de dinheiro e apreenderam valores expressivos. Entre os itens recolhidos estavam US$ 350 mil em espécie, US$ 931 mil em contas bancárias e US$ 483 mil em criptomoedas. Os agentes também confiscaram dispositivos digitais e relógios de alto valor.
Conforme a investigação avançou, ficou claro que o esquema havia crescido muito além do imaginado. A quadrilha mantinha uma infraestrutura de marketing de afiliados, usada para ampliar o alcance e reforçar a aparência de legitimidade de seus projetos fraudulentos. Esse achado marcou o início da segunda fase da operação.
Apesar das prisões, o trabalho ainda não terminou. As autoridades seguem rastreando fundos desviados e colaboradores remanescentes, mantendo o foco em desarticular completamente a rede criminosa. Elas acreditam que novas prisões podem ocorrer nas próximas semanas, conforme mais evidências forem identificadas.
A ação conjunta mostra que, apesar da complexidade dos crimes digitais, a cooperação internacional continua sendo uma ferramenta poderosa para proteger investidores e frear grandes esquemas financeiros baseados em criptomoedas.

