- A Strategy respondeu oficialmente à proposta da MSCI que ameaça remover empresas de tesouraria cripto dos principais índices globais
- No documento, a Strategy argumenta que outras companhias focadas em um único tipo de ativo continuam presentes nos índices da MSCI
- Por outro lado, a MSCI justifica a proposta com base em possíveis riscos sistêmicos
A Strategy, maior detentora corporativa de Bitcoin no mundo, respondeu oficialmente à proposta da MSCI que ameaça remover empresas de tesouraria cripto dos principais índices globais. Em carta enviada à instituição, a empresa defende que organizações com grandes participações em ativos digitais ainda são operacionais e devem continuar sendo incluídas nos benchmarks.
Atualmente, a Strategy possui mais de 660 mil BTC em seu balanço. Segundo a empresa, apesar da forte exposição, ela mantém estruturas financeiras e estratégias comerciais como qualquer outra companhia listada.
Empresa compara sua estrutura à de fundos imobiliários e outras organizações de ativo único
No documento, a Strategy argumenta que outras companhias focadas em um único tipo de ativo continuam presentes nos índices da MSCI. Como exemplo, cita REITs (fundos imobiliários), empresas de petróleo e conglomerados de mídia, que concentram suas operações em um segmento específico.
Strategy has submitted its response to MSCI’s consultation on digital asset treasury companies. Index standards should be neutral, consistent, and reflective of global market evolution. Read our letter and share your support: https://t.co/yiPRYyw5Lk
— Michael Saylor (@saylor) December 10, 2025
Além disso, a empresa afirma que sua atuação vai além de mera custódia. Ela desenvolve produtos como instrumentos de crédito lastreados em Bitcoin, o que caracteriza atividade operacional legítima. A carta também sugere que a exclusão de empresas cripto cria um viés institucional contra os ativos digitais.
Isso, segundo a Strategy, contraria a neutralidade esperada de um provedor de índices financeiros. Portanto, a medida proposta poderia desestimular a inovação e enfraquecer a posição dos Estados Unidos como líder global em criptoativos.
MSCI aponta riscos sistêmicos e volatilidade excessiva como justificativas para a proposta
Por outro lado, a MSCI justifica a proposta com base em possíveis riscos sistêmicos. Para a gestora, empresas com tesouraria em cripto operam de forma semelhante a fundos, não a negócios convencionais.
Além disso, a alta volatilidade do Bitcoin afeta diretamente os índices que incluem empresas como a Strategy. Isso cria correlação indesejada com o mercado de criptomoedas e dificulta a previsibilidade para investidores institucionais.
Outro ponto destacado é a ausência de métodos padronizados para avaliar criptoativos. Essa falta de clareza dificulta a contabilidade e compromete a integridade dos índices.
Por fim, a MSCI alertou que a proposta pode entrar em vigor já em janeiro de 2026. Assim, empresas que quiserem continuar nos índices precisarão reduzir sua exposição a cripto. Isso pode pressionar ainda mais o mercado com vendas forçadas.

