O volume de negociação de NFTs (Tokens Não Fungíveis) em 2023 sofreu uma queda acentuada, atingindo menos da metade do registrado em 2022, revela um relatório da CoinGecko. O valor despencou de US$ 26,3 bilhões para US$ 11,8 bilhões, marcando uma significativa mudança no cenário das criptomoedas.
A febre dos colecionáveis digitais, que outrora movimentava milhões e chegou a ser destaque no The Tonight Show com Jimmy Fallon exibindo seu Bored Ape, parece ter perdido o brilho entre os investidores de criptoativos. A trajetória descendente foi constante, com volumes de arte digital diminuindo a cada trimestre em 2022, totalizando uma queda de mais de US$ 10 bilhões do primeiro ao último trimestre.
As condições macroeconômicas desanimadoras e os colapsos de alto perfil foram os principais responsáveis pelo declínio prolongado no mercado de NFTs, afirma Rohan Handa, líder de NFTs da Mysten Labs. Esses problemas minaram a confiança do público e dos investidores em setores voláteis das criptomoedas.
A tendência de baixa no mercado de NFTs reflete-se no desempenho da OpenSea, uma plataforma de negociação que, em um momento, foi avaliada em US$ 13,3 bilhões. Seu volume de negociação ficou em torno de US$ 170 milhões em dezembro de 2023, após nove meses consecutivos acima de US$ 2 bilhões entre 2021 e 2022, conforme aponta um painel da Dune Analytics.
A OpenSea, que chegou a demitir 50% de sua equipe no início de novembro, enfrentou também uma desvalorização de 90% de suas ações pela Coatue Management, um dos investidores da empresa.
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Devin Finzer, CEO da OpenSea, antecipou melhorias em futuros produtos, mencionando a “OpenSea 2.0”. Recentemente, a plataforma lançou uma rampa de criação de carteiras que exige apenas um e-mail, simplificando a experiência de compra e venda de NFTs.
Embora o mercado de NFTs tenha vislumbrado indícios de recuperação no final de 2023 e início de 2024, impulsionado em parte pela proliferação de inscrições de Bitcoin Ordinal e pela empolgação em torno do ecossistema Solana, alguns participantes do espaço concordam que o futuro da tecnologia vai além da simples negociação de JPEGs colecionáveis.
Para Rohan Handa, a ascensão dos NFTs em 2021 foi o “passo 1” para atrair usuários não nativos de criptomoedas. Ele enfatiza que agora entramos na segunda fase de maturidade do mercado de NFTs, onde os ativos serão usados em aplicações do mundo real.
Dirk Leuth, co-fundador da plataforma de jogos metaverso Upland, destaca que casos de uso “rudimentares” como PFPs (Perfil de Imagem Pessoal) e colecionáveis digitais foram úteis para a adoção em massa, mas também levaram à saturação do mercado. O futuro, segundo Leuth, envolve “associar NFTs com utilidade, gamificação e incentivos financeiros.”
Fontes consultadas pela Blockworks sugerem que um ressurgimento dos NFTs depende da demonstração de sua utilidade real. A verificação de identidade para governança, sistemas de recompensa ou acesso são exemplos citados. Handa fala sobre a tokenização de ativos do mundo real e sua representação em blockchain como NFTs. Todos demonstram otimismo em relação às aplicações de NFTs em jogos, prevendo um crescimento significativo nos próximos anos nesse segmento específico, conforme aponta um relatório da S&P.