- Pressão no Tesouro dos EUA pode impulsionar o Bitcoin.
- Traders esperam ação do Fed para conter colapso.
- Bitcoin volta a se destacar como proteção econômica.
O mercado financeiro dos Estados Unidos vive dias de tensão. Os investidores observam com apreensão os sinais de fragilidade no setor de títulos públicos.
O Tesouro norte-americano, avaliado em US$ 29 trilhões, sofre com uma liquidação que pressiona os rendimentos e levanta dúvidas sobre a saúde fiscal do país.
Investidores aguardam ação do Fed e apostam em valorização do Bitcoin
Na quinta-feira (10), os rendimentos dos títulos de 10 anos giravam em torno de 4,36%, mesmo após uma trégua temporária provocada pela decisão do presidente Donald Trump de suspender algumas tarifas comerciais. A tensão, no entanto, continua.
Jake Ostrovskis, da Wintermute, destacou o receio generalizado: “Muita gente estava olhando para isso e pensando: ‘não tem como isso ir muito além’”. Para ele, um novo colapso nos Treasuries pode ser devastador, inclusive para o mercado cripto. “Se isso explodir de novo, o mercado cripto não vai conseguir resistir”, alertou.
Fundos de hedge contribuíram para a atual instabilidade. Porém, eles acumularam aproximadamente US$ 1 trilhão em apostas alavancadas, explorando pequenas discrepâncias entre os preços de futuros e os preços à vista dos títulos. Agora, essas operações estão sendo desfeitas às pressas, gerando pressão vendedora intensa.
Bitcoin pode despontar como refúgio diante da instabilidade
Esse cenário, segundo Ostrovskis, remete à turbulência causada por operações de carry trade com o iene japonês em 2023. Naquela ocasião, uma liquidação em cadeia provocou vendas forçadas e um efeito dominó global.
Se o Federal Reserve decidir intervir novamente, como fez em 2020 durante a pandemia, poderá injetar liquidez nos mercados e reacender o apetite por ativos alternativos. “Provavelmente será o ativo com melhor desempenho”, afirmou o trader, referindo-se ao Bitcoin.
Ainda mais, mesmo com queda de 4% em abril, o Bitcoin acumula valorização de 15% nos últimos 12 meses, segundo o CoinGecko. Para muitos analistas, a criptomoeda reassume seu papel original: um escudo contra crises econômicas.
Apesar do nervosismo, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, tentou conter os ânimos. Ele disse à Fox Business que as oscilações nos rendimentos “são dolorosas, mas não representam risco desproporcional”.