Era início de novembro de 2021 e uma das principais discussões no mercado criptográfico era quando o bitcoin atingiria os US$ 100.000.
No dia 20 de outubro de 2021 o bitcoin registrava um novo topo histórico, e 20 dias depois, em 10 de novembro, vieram os US$ 69.000 de preço; e por aí parou!
Depois disto o mercado cripto engatou a ré e começou a perder valor como um todo.
As altcoins, em sua maioria, já perderam mais de 90% de seu valor; e o bitcoin registra no momento queda de 75%.
Saudades dos touros
Durante o ano de 2021 praticamente todos criptoativos renovaram seus topos históricos marcados lá em 2017/18; e os criptoativos que surgiram depois daquela bull run aproveitaram para se supervalorizar no mercado criptográfico.
O ano de 2021 foi o ano do mercado cripto, onde tudo o que surgiu se valorizou; principalmente os NFTs e ativos de DeFi.
Também foi o ano em que o mercado presenciou praticamente duas bull runs; uma de janeiro a maio, e outra do final de julho a novembro.
Onde tem bull run tem altseason, e a tão sonhada temporada das altcoins também ocorreu em 2021.
Apenas para se ter uma ideia de como foi tudo isso citamos o exemplo da altcoin meme do protocolo Dogecoin.
No dia 27 de janeiro de 2021 o DOGE estava cotado em US$0,0074.
Cem dias depois o DOGE havia valorizado mais de 9.000% e registrava seu topo histórico em US$ aproximados US$ 0,74.
Neste período de um ano várias coisas aconteceram, desde as boas assim como o “The Merge” do Ethereum; a coisas ruins como o colapso do protocolo Terra LUNA.
Mas como no ano de 2022 o mercado cripto já estava no inverno, ou bear market, as coisas boas não surtiram grande efeito no geral; já as negativas, abalaram o mercado como um todo.
Cabe ressaltar que durante 2021 também ocorreram situações negativas no mercado cripto que comprometeram os preços, mas que hoje entendemos que de fato eram situações positivas quando comparadas às situações atuais.
A China banir a mineração e os criptoativos comprometeu o preço no mercado por pura especulação, já que isso foi bom para o mercado e ótimo para o bitcoin.
Posterior a isso os mineradores tiveram que vender bitcoins para arcar com os custos de mudarem de país, e com isso o preço seguiu caindo por mais um tempinho.
Já a Tesla ter deixado de aceitar o bitcoin como meio de pagamento abalou o mercado por este ser amplamente imaturo (e continua sendo).
Pois bem, assim como vimos o preço do bitcoin e dos criptoativos em geral é bastante volátil porque este mercado ainda é pouco difundido, e porque qualquer faísca é motivo de especulação de preço.
Mas 2022 o que está assolando o mercado não é nenhuma faísca, e como estamos vivenciando, a maior criptomoeda do mundo e os demais criptoativos não estão se mostrando resilientes à crise global, ao aumento das taxas de juros mundo a fora, e à alta inflação.
Neste período de um ano do topo histórico do bitcoin a adesão institucional cresceu, tanto nos meios de pagamentos quanto nos meios de investimentos.
O bitcoin e os demais criptoativos, assim como toda a gama de funcionalidades que envolvem os ativos digitais, os NFTs, o DeFi, a tokenização de ativos, o metaverso e o gamefi, além da Web3 e da tecnologia blockchain em geral ganharam o mundo.
E hoje em dia praticamente toda a indústria de tecnologia e de comércio global usa algo em blockchain, mas nada disso foi capaz de transformar o bitcoin em um ativo “flyght to quality”, ainda.
O mercado cripto ainda é muito selvagem, com baleias brincando de manipular preços e engolindo sardinhas; com uma regulamentação ineficiente, e infelizmente necessária para o seu desenvolvimento e adesão; e com uma ampla parte criminosa e descuidada, que levou a centenas de ataques hackers e à quebra de grandes empresas sem gerenciamento de riscos.
O bom de tudo isso é que quem viveu 2017 e 2018 aprendeu como o mercado funciona para sobreviver em 2022.
E quem está vivendo 2021 e 2022 aprenderá a sobreviver na próxima bull run.
E coitadas das sardinhas que não aprenderem com o que viveram, ou que entrarem depois de tudo isso.