No início deste mês a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos EUA entrou com ações contra as exchanges Binance e Coinbase devido à venda de títulos não regularizados. Assim como também pediu a intervenção de fundos da subsidiária norte-americana da Binance, a Binance.US.
Mais especificamente este ano a SEC apertou o cerco contra os criptoativos e empresas de negociação, aflorando ainda mais o clima de perseguição regulatória no país.
Em conjunto a isto, as entidades regulatórias dos EUA estão de olho nas empresas e protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), e podem mirar as exchanges descentralizadas (DEX).
Assim como também visam as stablecoins, como ocorreu com a Binance USD (BUSD), em processo da SEC contra a empresa Paxos.
Agora, analistas da Berenberg Research afirmaram que os reguladores podem ter como alvo claro o mercado de DeFi. Também disseram que miram a stablecoin USDC, da empresa Circle, o que pode acirrar os problemas com a Coinbase. Por fim, também estaria na mira dos reguladores a USDT, da empresa Tether.
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Repressão da SEC mira DeFi
Há uma incerteza regulatória nos EUA sobre a classificação dos criptoativos, e as empresas do setor estão passíveis de serem autuadas por comercializarem ativos digitais não regulamentados.
De acordo com relatório da empresa de pesquisas Berenberg, publicada na terça-feira (20), as stablecoins e as DeFi devem ser os próximos segmentos na mira da SEC.
Em março deste ano a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) dos EUA anunciou que discutiria as questões sobre o mercado de DeFi.
No mês seguinte o Departamento do Tesouro dos EUA publicou um relatório apontando práticas precárias de segurança cibernética na indústria de DeFi e classificou como sendo uma ameaça para criptomoedas, consumidores e segurança nacional.
E em maio o presidente da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), Rostin Behnman, disse que o mercado de finança descentralizada (DeFi) será regulado no futuro.
USDT e USDC são visadas pela SEC
De acordo com analistas da Berenberg, a SEC agora está focada na regulação das stablecoins. Na mira da entidade regulatória estão principalmente a Tether (USDT) e a USD Coin (USDC).
Mas nada garante que também não possa sobrar para a TUSD, da Tron, uma vez que a SEC já enquadrou empresas e protocolos de Justin Sun, seu fundador.
A SEC poderia ‘visar as stablecoins que servem como a força vital das finanças descentralizadas’, foi o que disse o analista Mark Palmer. A empreitada é para diminuir a probabilidade de que protocolos de DeFi não regularizados sejam substitutos viáveis para credores e exchanges regulamentadas.
Assim, ao mirar as stablecoins a SEC também acertaria os protocolos de DeFi e suas DEX, disseram os analistas.
Não apenas, na batalha que está sendo travada entre a SEC e a Coinbase, com trocas de processos mútuos, um tiro certeiro na exchange cripto seria atacar a USDC.
A receita de juros das reservas do USDC representou US$ 199 milhões em receita líquida para a Coinbase no primeiro trimestre de 2023, ou aproximados 27% do total. Assim, a Berenberg afirmou que se o USDC for ‘perseguido’ pela SEC causaria importante impacto na receita da exchange.
Uma que não aparece nos noticiários de regulação é a exchange Bitfinex, que já foi uma das maiores do mundo. A Tether está diretamente ligada à exchange, e uma ação da SEC neste sentido poderia abalar de vez o mercado.
Vale lembrar que a USDT é a maior stablecoin do mercado, com mais de 80 bilhões de tokens em circulação. É o dólar digital em maior número de pares com criptoativos voláteis nas exchanges centralizadas, e também uma das mais importantes dentro das DEX.