Certamente todos possuem uma carteira. Elas servem para organizar a nossa vida financeira. Normalmente guardam nossos documentos, o dinheiro, os cartões, e as folhas de cheque em sessões organizadas e dão praticidade à nossa vida financeira.
Mas no mundo financeiro digital, como poderemos guardar as nossas criptomoedas? Se você leu a reportagem publicada na página do Bitnotícias sobre como se proteger de roubos digitais, você percebeu que as Exchanges não são o melhor lugar para fazer isso (https://bitnoticias.com.br/como-proteger-as-suas-criptomoedas-de-crimes-da-internet-e-hackers/).
Conforme brevemente explicado na reportagem supracitada, as criptomoedas podem ser armazenadas de forma relativamente mais segura em carteiras digitais ou wallets, como são mais conhecidas. Estas, armazenam as chaves públicas e privadas registradas na blockchain da criptomoeda. As wallets podem se apresentar com um dispositivo tipo pendrive, um software ou aplicativo, ou uma página da Web, e podem ser utilizadas tanto em computadores e laptops, quanto em celulares.
As chaves públicas são códigos extensos de letras, números e caracteres que são utilizadas para o recebimento de criptomoedas para uma wallet, enquanto que as chaves privadas são códigos semelhantes, porém, são utilizadas para enviar criptomoedas para uma wallet. Cabe ressaltar que as chaves públicas e privadas podem ser resguardadas através de palavras aleatórias fornecidas para recuperar as criptomoedas em caso de perda destas chaves. Este conjunto de palavras, denominados seed, deve ser anotado para que não seja esquecido, e é claro, bem armazenadas, também.
Basicamente as wallets podem ser classificadas de três formas, segundo o conceito que apresentam, sendo as mais seguras aquelas que não estão constantemente conectadas à internet. Assim temos: as Hot Wallets, as Cold Wallets e as Wallets de Hardware.
Hot Wallets ou Carteiras Quentes
Uma Hot Wallet é uma carteira digital, ou carteira online. Tendo em vista que a maioria das pessoas que transacionam criptomoedas o fazem em Exchanges, e as mantém ali guardadas para trades e holds, podemos afirmar que as hot wallets são as mais utilizadas atualmente.
A maioria das Exchanges também fornecem hot wallets próprias ou indicam alguma. Estas prometem ambientes sem servidores que localiza cada aplicativo instalado, segurança em nível de Bancos, garantia que as chaves sejam armazenadas no dispositivo do cliente, aos quais é possível o armazenamento, anonimato dos usuários, e mecanismos diversos de autenticação e validação pelo usuário.
Entretanto, o simples fato de estarem conectadas à internet as tornam passíveis de crimes digitais, tornando-as menos seguras no mercado. Como estas hot wallets são ativas, as chaves privadas são armazenadas na internet, assim, são passíveis de ataque de hackers.
O ideal para estes casos é se ter várias carteiras ativas possuindo quantidades diluídas ou fracionadas de suas moedas digitais, ou possuir conta em diversas Exchanges diminuindo assim a possibilidade de grandes perdas, caso estas sejam invadidas por hackers ou demais problemas ocorram. Mas cuidado ao escolher diversas Exchanges, pois muitas delas não possuem projetos de segurança com excelência.
Algumas hot wallets também podem ser baixadas no desktop ou no sistema Android, sendo que, quando desconectadas à internet podem se tornar mais seguras. Ressalta-se que normalmente as hot wallets são gratuitas e podem ser acessadas diretamente em sites da internet ou baixadas na plataforma de aplicativos de celulares e tablets. Segue algumas delas: https://www.blockchain.com/, https://samouraiwallet.com/, https://greenaddress.it/en/, https://wallet.mycelium.com/, https://edge.app/, https://www.exodus.io/, https://electrum.org/#home, https://www.dash.org/pt/wallets/, https://jaxx.io/.
Cold Wallets ou Carteiras Frias (Paper Wallets e Hardware Wallets)
As cold wallet ou carteiras frias não estão conectadas à internet, e isso faz delas as mais seguras que existem, pois não são passíveis de ataques de hackers e loggers.
Estas carteiras devem ser utilizadas para guardar grandes quantidades de criptomoedas, às quais a finalidade não seja a de serem transacionadas diariamente.
As paper wallets são as mais seguras que existem, porém, as menos utilizadas. Elas são executadas através de um programa desconectado à internet, portanto offline, ao qual o possuidor gera uma chave privada e recebe um QRcode específico para aquela carteira.
A sua segurança está em ser criada em rede offline, e por ser gerenciada e guardada pela própria pessoa. O seu único risco talvez seja a pessoa perder este papel, jogar fora, ou ocorrer qualquer acidente imaginável que possa destruir o papel ao qual esta foi impressa.
Cabe ressaltar que alguns cuidados devem ser tomados para se manter a segurança deste tipo de cold wallet. Para tanto, você deve desconectar o computador da internet, não deve utilizar impressoras via wifi ou online, e em hipótese alguma deve tirar foto do papel impresso em celulares ou guardar as fotos em computador como mecanismo de segurança em caso de perda do papel impresso. Isto porque, diversos aplicativos podem acessar o seu banco de imagens e ter acesso ao seu QRcode e chave privada.
Fotos não digitais (em filmes) ou utilizando máquinas de fotografia que não se conectem diretamente à internet podem ser uma saída, mas assim como se dobra a segurança caso se perca o papel impresso, também deverá dobrar os cuidados ao armazenar estas fotos.
Aqui segue alguns sites que provem mecanismos de impressão de paper wallets: https://bitcoinpaperwallet.com/, https://www.bitaddress.org/, https://walletgenerator.net/, e https://paper.dash.org/?culture=pt-br.
No caso das hardware wallets, a sua utilização vem crescendo no mercado. Este tipo de carteira é um dispositivo físico que pode se parecer com um pequeno aparelho ou pen drive, mas dependem de um computador para serem utilizados.
Normalmente elas possuem passos diversificados de validação e acesso do armazenamento das chaves privadas (código PIN, ou senhas, por exemplo), o que as torna mais seguras. Interessante é que mesmo se o seu computador estiver conctado à internet, esta possui um compartimento separado, offline, ao qual não pode ser acessado por invasores e malwares.
Um viés inicial é que estes aparelhos são pagos, e não são tão baratos. Ademais, são limitados quanto à quantidade ou tipo de criptomoeda ao qual você deseja armazenar.
Demais cuidados para se tomar com as hardware wallets são: não perdê-las ou esquecer em algum local, algo relativamente fácil de acontecer uma vez que são pequenas. Assim como, por diversos motivos desastrosos estas podem ser danificadas. Nestes casos de perda ou danos, deve-se ter o cuidado de gerar um código de backup que lhe permita acessar e recuperar as suas chaves. Você também pode criptografar seus arquivos como um mecanismo de segurança adicional. Além do mais, tome cuidados como não comprar uma hardware wallet usada, ou de pessoas desconhecidas, ou em sites sem confiabilidade no mercado.
As hardware wallets mais conhecidas no mercado são: Ledger Nano X; Ledger Nano S; Trezor One; Trezor T; KeepKey; Archos Safe-T; CoolWallet; BitFi; e Bitlox.
Em resumo, utilizar uma Wallet é imprescindível para quem quer ter mais segurança no armazenamento das suas criptomoedas. Daí vai de cada caso a pessoa saber escolher qual tipo quer usar, e principalmente, medir os riscos inerentes a cada processo ou aquisição. E lembre-se: Todo cuidado é pouco quando se trata do seu patrimônio.
É isso aí, meus caros, um grande abraço e até a próxima.