- Estatais investem bilhões em Bitcoin e Ethereum neste semestre
- Empresas listadas ampliam reservas com foco em criptoativos
- Analistas alertam sobre riscos e especulação no mercado cripto
Em uma movimentação inesperada, 16 empresas de capital aberto alocaram juntas US$ 7,8 bilhões em criptomoedas para seus tesouros corporativos. O movimento ocorreu na semana encerrada em 1º de agosto e inclui grandes aquisições de Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Solana (SOL), Tron (TRX), Binance Coin (BNB) e Sui (SUI).
Segundo documentos apresentados à SEC, a Strategy liderou a corrida com a compra de 21.021 BTC por US$ 2,4 bilhões. Já a BTCS Inc. anunciou planos para levantar US$ 2 bilhões destinados à compra de Ethereum, sinalizando otimismo com o potencial de valorização do ativo.
Empresas ampliam reservas com foco em Bitcoin e Ethereum
Além dessas duas gigantes, a Sharplink Gaming, ligada ao cofundador da Ethereum Joe Lubin, comprou US$ 338 milhões em ETH, em duas transações estratégicas. A Tron Inc. revelou que pretende arrecadar US$ 1 bilhão para adquirir TRX, e a CEA Industries anunciou que captará US$ 1,25 bilhão para investir em BNB, da Binance.
A lista também inclui empresas menores, como a Cemtrex Inc., que iniciou com US$ 1 milhão em Solana, com meta de atingir US$ 10 milhões em ativos. Já a Mill City Ventures III concluiu a compra de SUI por US$ 450 milhões, enquanto a Metaplanet adicionou 780 BTC ao portfólio, desembolsando US$ 90 milhões.
Com isso, as reservas corporativas em criptomoedas ultrapassaram os US$ 100 bilhões. Só em Bitcoin, as empresas detêm hoje 791.662 BTC, avaliados em US$ 91,2 bilhões, o que representa quase 4% do fornecimento em circulação. No caso do Ethereum, o total em tesourarias chega a 1,3 milhão de ETH, equivalente a US$ 4 bilhões.
Estratégias chamam atenção, mas levantam alertas
A nova onda de aquisições acompanha a recente valorização do mercado. O Bitcoin é negociado a US$ 115.418 e o Ethereum a US$ 3.677, segundo a CoinMarketCap. Especialistas, no entanto, alertam para possíveis riscos de volatilidade e uso especulativo das compras.
Will Owens, analista da Galaxy Research, destacou os prêmios de ações da Strategy (58%) e da Metaplanet (179%) como possíveis sinais de euforia de mercado. Já o comentarista Ran Neuner sugere que algumas companhias, como a Sharplink Gaming, podem funcionar como pontes para insiders inflarem ações sem de fato comprarem novas criptomoedas.
Casos como o da 180 Life Sciences, que mudou de nome para ETHZilla Corporation após um acordo de ETH de US$ 425 milhões, e o da Fundamental Global, agora FG Nexus, também causaram desconfiança. Muitos analistas veem essas trocas como manobras para atrair investidores pelo apelo cripto.
A Galaxy Research alerta, quedas bruscas no valor do BTC ou ETH podem afetar diretamente os balanços das empresas que apostaram pesado nessas moedas. Embora o interesse institucional se mantenha forte, o futuro dessas estratégias depende da estabilidade do mercado e da liquidez global.