- Tether diversifica e investe diretamente em mineração de ouro.
- Empresa amplia reservas e reforça aposta em commodities físicas.
- Paolo Ardoino defende ouro como complemento natural ao Bitcoin.
A Tether, empresa responsável pela emissão do USDT, a maior stablecoin do mundo, anunciou que vai iniciar investimentos diretos no setor de mineração de ouro. A decisão, revelada em relatório do Financial Times, marca uma nova etapa na estratégia da companhia, que busca diversificar suas fontes de receita e reduzir a dependência exclusiva do mercado de criptomoedas.
De acordo com o jornal, a Tether já mantém conversas com grupos de mineração e fundos de investimento interessados em explorar o metal precioso. A companhia pretende participar de diferentes etapas da cadeia, incluindo extração, refino e comércio, além de empresas especializadas em regalías de minas. Essa incursão amplia o perfil de risco da Tether, que tradicionalmente mantém suas reservas em ativos altamente líquidos, como caixa e títulos do Tesouro americano.
De acordo com auditoria recente, cerca de 80% dos 162 bilhões de dólares em reservas da empresa permanecem aplicados em instrumentos de baixo risco. No entanto, a companhia demonstra disposição em alocar parte de seus ganhos recordes para operações ligadas ao mercado de commodities. Somente na primeira metade de 2025, a Tether reportou lucro líquido de 5,7 bilhões de dólares, o que reforça a solidez financeira para sustentar novas apostas.
Ouro já faz parte das reservas da Tether
O movimento não surge do nada. Atualmente, a empresa já possui 8,7 bilhões de dólares em ouro físico, armazenado em cofres de Zurique como parte da garantia do USDT. Além disso, em junho, a companhia adquiriu uma participação de 105 milhões de dólares na Elemental Altus, uma mineradora de regalías canadense.
Na semana passada, a Tether deu mais um passo e destinou US$ 100 milhões para aumentar sua participação na mesma empresa. Com esse aporte, passou a controlar quase 38% das ações da Elemental Altus, fortalecendo sua presença no setor. O anúncio coincidiu com a valorização recente do ouro no mercado internacional, o que pode favorecer a estratégia da empresa.
O CEO da Tether, Paolo Ardoino, já havia defendido em maio a importância do ouro como complemento ao Bitcoin. Em discurso na Bitcoin 2025 Conference, ele afirmou que, enquanto muitos consideram a criptomoeda o “ouro digital”, prefere ver o ouro como uma fonte natural de valor para respaldar novos modelos financeiros.
Além disso, a Tether também mantém o XAUt, um token atrelado a ouro físico. Apesar de representar apenas 880 milhões de dólares em capitalização de mercado, o ativo reforça a busca da empresa por consolidar uma ponte entre criptoativos e metais preciosos.