- El Salvador fortalece reservas com quase 14 mil onças de ouro
- Compra histórica marca diversificação além do Bitcoin
- Ouro traz estabilidade diante da volatilidade dos mercados globais
O Banco Central de Reserva de El Salvador (BCR) anunciou a compra de 13.999 onças troy de ouro, avaliadas em US$ 50 milhões. Essa movimentação aumentou as reservas do país para 58.105 onças troy, com um valor estimado de US$ 207,4 milhões. A medida marca a primeira aquisição de ouro feita pelo banco central desde 1990, mostrando um novo rumo estratégico.
O governo de Nayib Bukele apresentou a compra como parte de uma estratégia de diversificação das reservas internacionais. O BCR classificou o ouro como um ativo universal capaz de garantir mais estabilidade financeira. O banco afirmou que o metal precioso ajudará a proteger a economia salvadorenha diante das incertezas globais.
Diversificação além do Bitcoin
Nos últimos anos, El Salvador ficou conhecido por adotar o Bitcoin como moeda de curso legal. Porém, o país enfrentou duras críticas de organismos internacionais. Em especial, o FMI exigiu que o governo interrompesse as compras de BTC após liberar um empréstimo de US$ 1,4 bilhão. Desde então, não houve registros de novas aquisições da criptomoeda.
Agora, o movimento em direção ao ouro mostra uma tentativa de reduzir riscos. Analistas apontam que o ativo é menos volátil e pode reforçar a confiança externa. Porém, para o BCR, investir em metais preciosos significa aumentar a segurança dos cidadãos frente à instabilidade dos mercados.
Tendência global de acúmulo de ouro
A iniciativa de El Salvador segue uma tendência já vista em grandes economias como China, Índia e Turquia. De acordo com o Conselho Mundial do Ouro (WGC), bancos centrais compraram mais de 1.000 toneladas do metal nos últimos dois anos. Além disso, somente em julho de 2025, foram adquiridas 10 toneladas adicionais, consolidando o ouro como quase 20% das reservas globais.
O BCR registrou US$ 4,7 bilhões em reservas internacionais líquidas em julho de 2025, um avanço em relação aos US$ 3 bilhões de 2024. Desse total, cerca de US$ 700 milhões permanecem em Bitcoin, evidenciando a coexistência das duas estratégias.
Economistas acreditam que a decisão fortalece a imagem do país e aumenta a proteção contra crises externas. Alguns bancos de investimento, como o Goldman Sachs, projetam que a procura por ouro pode elevar o preço a US$ 5.000 por onça nos próximos anos.
Com a nova aquisição, El Salvador envia um sinal claro: deseja ser visto não apenas como o país do Bitcoin, mas como uma nação que aposta em diversificação e resiliência financeira.