- Méliuz aposta em derivativos para ampliar reservas de Bitcoin
- Estratégia garante solidez financeira com operações 100% em caixa
- Oranje ameaça liderança do Méliuz como maior detentora regional
A empresa de cashback Méliuz surpreendeu o mercado ao anunciar uma nova estratégia voltada para aumentar os rendimentos de sua já robusta reserva de Bitcoin (BTC). A iniciativa, divulgada em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mostra que a companhia pretende explorar os derivativos como ferramenta para monetizar a volatilidade da maior criptomoeda do mundo.
Segundo a empresa, a operação é feita sem alavancagem e totalmente garantida por caixa, reforçando o cuidado em preservar a solidez financeira. Ao estruturar opções de venda com preços de exercício previamente definidos, o Méliuz busca transformar a instabilidade do mercado em fonte de receita recorrente.
Como funciona a estratégia de derivativos
Na prática, a empresa vende opções de venda de Bitcoin. Isso significa que, se o comprador do contrato decidir exercer a opção, o Méliuz se compromete a recomprar a moeda digital a um preço já acordado. Caso isso ocorra, a companhia adquire o ativo a um valor inferior ao de mercado no momento da negociação.
Se o Bitcoin subir e a opção expirar, a Méliuz embolsa o prêmio. Em seguida, reforça a tesouraria e destina recursos para futuras aquisições estratégicas. Dessa forma, a companhia consegue criar uma fonte adicional de ganhos, seja na valorização da moeda, seja na captação de prêmios.
A empresa ressaltou que menos de 10% do caixa operacional mínimo está comprometido como colateral nessas operações. Além disso, o resultado será divulgado de forma consolidada nos balanços trimestrais, garantindo transparência ao mercado.
Disputa pelo título de maior detentora de Bitcoin
No último dia 4 de setembro, o Méliuz anunciou a compra de 9,01 Bitcoin, ao custo de aproximadamente US$ 1,01 milhão, elevando seu total para 604,69 BTC. O preço médio de aquisição está em torno de US$ 103,3 mil por unidade, consolidando a empresa como a maior detentora de Bitcoin da América Latina.
Entretanto, essa posição já encontra concorrência. A Oranje, companhia criada em março deste ano, iniciou uma ofensiva agressiva para acumular Bitcoin e se preparar para abrir capital. De acordo com o Brazil Journal, a nova entrante já teria assegurado mais que o triplo do volume atual do Méliuz, ameaçando sua liderança regional.
Enquanto isso, investidores acompanham atentos. Para o mercado, a ousadia do Méliuz em transformar volatilidade em ganho pode servir como exemplo de gestão financeira inovadora, mas também amplia os riscos diante da natureza imprevisível do Bitcoin.
No fim, a disputa pela maior tesouraria de BTC na América Latina pode redefinir não apenas a imagem das empresas envolvidas, mas também o papel das criptomoedas no mercado corporativo brasileiro.