- Rede passou por uma reorganização de 18 blocos, apagando 118 transações confirmadas.
- Qubic concentra 35% do hashrate e preocupa com possível 51% attack.
- Analistas alertam que reorgs recorrentes podem minar a confiança no Monero.
O Monero, principal criptomoeda de privacidade, sofreu em 14 de setembro a maior reorganização de blocos de sua história.
O episódio apagou 118 transações confirmadas e reacendeu dúvidas sobre a estabilidade da rede.
Reorganização inédita expõe fragilidade da rede
Uma reorganização de blocos ocorre quando a rede precisa decidir qual versão do blockchain será a válida. Nesse processo, blocos já confirmados podem ser descartados, anulando transações.
No caso do Monero, os mineradores enfrentaram bifurcações simultâneas e acabaram alinhados em uma nova cadeia dominante. O impacto foi imediato: transações já registradas se tornaram inválidas, levantando suspeitas de concentração de poder.
A atenção se voltou para a Qubic, que hoje responde por 2,11 GH/s dos 6,00 GH/s da rede. Isso equivale a mais de um terço do poder total de mineração. O fundador da Qubic, Sergey Ivancheglo, provocou ainda mais tensão ao publicar que o Monero “só continua existindo porque a Qubic quis que ele continuasse”.
Segundo o analista Xenu, a taxa de blocos órfãos chegou a 43% nas últimas semanas.
“Invalidar transações vai abalar novamente a comunidade. O DNS checkpointing está sendo testado como solução temporária”, destacou.
Reorgs e o impacto na confiança dos usuários
Especialistas afirmam que ataques desse tipo não precisam gerar ganhos financeiros diretos para causar estragos. Por isso, a simples possibilidade de reorganizar blocos já fragiliza a confiança de usuários e investidores.
Além disso, a repetição desses episódios tende a reduzir a credibilidade da rede, que depende justamente da confiança em sua segurança e privacidade para se manter relevante. Ainda assim, medidas preventivas estão em estudo, mas não há garantias de que elas serão totalmente eficazes.
Perspectivas e desafios para o futuro do Monero
Apesar de testes em soluções alternativas, como checkpoints centralizados, contudo, ainda não há garantias de que a rede consiga conter futuras reorganizações.
Portanto, o futuro do Monero dependerá da capacidade da comunidade e dos desenvolvedores em reforçar o protocolo e reduzir a concentração de poder de mineração. Além disso, o engajamento dos usuários será crucial para manter a rede segura e confiável a longo prazo.