- Butão movimenta US$ 107 milhões em Bitcoin após Fed
- Reservas butanesas em BTC ultrapassam US$ 1,1 bilhão
- Transferência pode gerar pressão de venda bilionária no mercado
O Governo Real do Butão chamou a atenção do mercado nesta semana ao movimentar US$ 107 milhões em Bitcoin. A operação ocorreu em 18 de setembro, logo após o Federal Reserve dos Estados Unidos anunciar um corte de 25 pontos-base nas taxas de juros. O movimento despertou especulações sobre possíveis impactos no mercado global de criptomoedas.
De acordo com a Lookonchain, a carteira vinculada ao governo transferiu 913 BTC para duas novas carteiras. Mesmo após a operação, o Butão ainda detém 9.652 Bitcoins, avaliados em mais de US$ 1,1 bilhão. Esses números colocam o pequeno reino himalaio entre os maiores detentores soberanos da principal criptomoeda.
Fed corta juros e mercado reage
O corte de juros pelo Federal Reserve trouxe expectativas de maior liquidez financeira global, mas também acendeu alertas. Enquanto investidores preveem que o ambiente possa favorecer ativos de risco, grandes detentores de criptomoedas, como o Butão, parecem adotar uma postura mais cautelosa.
A última movimentação registrada pelo país havia ocorrido em agosto, quando cerca de US$ 92 milhões em Bitcoin foram transferidos. Agora, a repetição do processo sugere que as autoridades butanesas podem estar preparando liquidações, aproveitando momentos de alta no mercado.
Segundo a Arkham Intelligence, esses repasses ocorrem com frequência sempre que o preço do BTC apresenta valorização significativa. Caso o Butão venda todo o seu estoque, o mercado poderia sofrer com uma pressão adicional superior a US$ 1 bilhão.
Reservas construídas com energia limpa
Diferente de outras nações, que acumulam Bitcoin principalmente por meio de apreensões, o Butão construiu suas reservas graças à mineração de criptomoedas. O processo é administrado pela Druk Holding & Investments (DHI), fundo soberano do país, que utiliza a energia hidrelétrica abundante do Himalaia para manter as operações.
Em maio, o governo se uniu à Binance para implementar pagamentos em criptomoedas e atrair turistas. Porém, a iniciativa enfrenta dificuldades, como a infraestrutura de internet ainda instável no país.
Com 46.351 BTC, a Ucrânia aparece logo atrás do Butão no ranking dos maiores detentores estatais. Já Estados Unidos, China e Reino Unido lideram com reservas ainda mais robustas.
A movimentação recente ocorre em um momento delicado, marcado pelo compromisso do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de criar um estoque nacional de Bitcoin. Essa perspectiva fortalece a corrida global entre estados para acumular a criptomoeda.
Enquanto investidores observam de perto, a movimentação do Butão reforça que, mesmo em pequena escala geopolítica, o país exerce influência significativa no ecossistema digital. O futuro das reservas butanesas segue como um ponto de atenção para analistas e para o mercado mundial.