- Banco Central propõe limite de US$ 10 mil por transação
- Regras podem atingir bolsas de criptomoedas nacionais e internacionais
- Investidores temem restrições no acesso a ativos digitais globais
O Banco Central do Brasil (BCB) apresentou novas propostas para o setor de câmbio que geraram preocupação entre investidores e bolsas de criptomoedas. Embora o documento oficial não cite diretamente os ativos digitais, especialistas alertam que algumas medidas podem atingir indiretamente esse mercado.
Entre os pontos destacados está o limite de US$ 10.000 por transação, valor que pode restringir operações feitas em certas bolsas nacionais e internacionais. O banco abriu consulta pública sobre o tema, pedindo contribuições até 2 de novembro.
Regras mais rígidas para plataformas
Na prática, as mudanças miram principalmente as plataformas Forex (eFX), setor considerado ainda pouco regulado no Brasil. O BCB quer obrigar essas empresas a solicitar licenças específicas e adotar maior transparência nas operações.
As propostas incluem a exigência de que os provedores enviem dados detalhados das transações de clientes e utilizem apenas rampas oficiais de entrada e saída de recursos. Além disso, o banco pretende reforçar a clareza na cobrança de custos, com a obrigação de mostrar o valor integral de cada operação realizada.
Embora o foco esteja no Forex, bolsas de criptomoedas que permitem transferências internacionais ou conversão para moedas diferentes do real também podem ser impactadas. Plataformas estrangeiras acessadas por brasileiros ficariam sujeitas ao mesmo teto de US$ 10.000 por operação.
Impactos diretos no mercado cripto
O anúncio acendeu um alerta no setor. Investidores temem que a medida reduza a competitividade das bolsas locais e incentive a busca por alternativas menos seguras. Analistas afirmam que a proposta pode limitar o acesso dos brasileiros a criptomoedas em mercados globais, dificultando a diversificação de investimentos.
O cenário ganha ainda mais relevância diante do avanço da adoção de ativos digitais na América Latina. Países como Argentina e Venezuela já recorrem em massa a stablecoins, como o USDT, para proteger seu poder de compra contra a inflação.
No Brasil, a popularidade das criptomoedas cresce ano após ano, com milhões de pessoas usando ativos digitais como forma de investimento e proteção cambial. Por isso, qualquer nova regra no setor de câmbio gera forte repercussão no mercado.
Agora, resta aguardar o desfecho da consulta pública. O período até novembro será decisivo para definir se as medidas serão mantidas, alteradas ou suavizadas. Enquanto isso, as bolsas de criptomoedas seguem atentas ao impacto potencial das novas regras.