- BTC e ETH enfrentam pressão intensa com liquidações milionárias
- Índice de medo atinge menor nível desde abril no mercado
- Altcoins lutam, mas HYPE se destaca com forte valorização
O mercado de criptomoedas mostrou sinais de fôlego na sexta-feira, mas a confiança dos investidores continua frágil. O valor total dos ativos digitais subiu levemente para US$ 3,78 trilhões, enquanto o Bitcoin recuperou a marca de US$ 110 mil e o Ethereum voltou a negociar acima de US$ 4 mil. Mesmo com a alta, o sentimento permanece carregado de medo, refletido pelas fortes liquidações que marcaram a semana.
CoinGlass revela que 133 mil traders foram liquidados em apenas 24 horas, com perdas que somaram US$ 329 milhões. A maior ordem única, de US$ 3,87 milhões, ocorreu na Binance, envolvendo o par BTC/USDT. Embora 56% das liquidações tenham sido de posições compradas, as vendidas também cresceram, alcançando US$ 143 milhões. Esses movimentos reforçam a volatilidade típica de um mercado ainda dominado pela incerteza.
Inflação controlada dá trégua, mas medo persiste
A recuperação coincidiu com a divulgação do PCE, o índice preferido do Federal Reserve. Os dados mostraram alta anual de 2,7%, alinhada às projeções, enquanto o núcleo avançou 2,9%. O resultado reforça a ideia de que as pressões inflacionárias estão em queda, mas especialistas alertam que qualquer surpresa pode alterar as expectativas de cortes nos juros.
Nesse cenário, o Ethereum liderou as altcoins, avançando quase 4% no dia, embora ainda acumule queda de 18% desde sua máxima histórica acima de US$ 4.900. Já a Solana recuou 15% na semana, cotada a US$ 203, enquanto a Dogecoin registrou ganhos apenas marginais. O destaque positivo ficou com o token HYPE, da Hyperliquid, que subiu mais de 3,80% e acumula valorização de 86% no ano.
Índice de medo em queda e risco político no horizonte
O Índice de Medo e Ganância caiu para 28 pontos, o menor patamar desde abril, sinalizando temor generalizado entre os investidores. Analistas destacaram que o Bitcoin voltou a negociar abaixo da base de custo de US$ 109,7 mil, o que pressiona ainda mais os detentores de curto prazo. O volume diário também caiu 18%, atingindo US$ 60,9 bilhões.
Ainda assim, alguns especialistas enxergam um lado positivo nessa “limpeza” do mercado. O analista Maartunn afirmou que US$ 12 bilhões em apostas alavancadas em altcoins e US$ 3 bilhões em posições em Bitcoin foram eliminados, reduzindo o risco de novas quedas abruptas.
Enquanto isso, os mercados tradicionais seguem mais calmos, com o S&P 500 subindo 0,22% e o ouro avançando levemente. Mas um novo desafio se aproxima, o pacote tarifário de Donald Trump, previsto para 1º de outubro, pode abalar novamente o apetite ao risco e ampliar a pressão sobre o setor de criptoativos.