- K33 Research afirma que o ciclo de 4 anos do Bitcoin chegou ao fim.
- Adoção institucional e ETFs moldam um novo regime estrutural para o BTC.
- Volume recorde e liquidez crescente indicam maturidade e fim da previsibilidade cíclica.
O Bitcoin atingiu uma nova máxima histórica de US$ 126.199 nesta semana e, segundo a K33 Research, esse marco representa o fim de uma era. O tradicional ciclo de quatro anos, que por mais de uma década guiou previsões e estratégias de mercado, estaria oficialmente morto. A conclusão vem em um relatório assinado por Vetle Lunde, chefe de pesquisa da empresa, que aponta um novo regime estrutural dominando o comportamento do ativo.
O padrão clássico — impulsionado por halvings, correções profundas e retomadas graduais — já não explica os movimentos atuais da criptomoeda. “Rejeitamos firmemente a estrutura desatualizada do ciclo de quatro anos”, escreveu Lunde. Segundo ele, o Bitcoin agora opera sob um modelo diferente, moldado pela adoção institucional, integração dos ETFs e mudanças na política macroeconômica global.
O relatório da K33 destaca que o Bitcoin levou 1.051 dias desde o fundo de 2022 para atingir sua nova máxima — um tempo similar às expansões anteriores, que duraram cerca de 1.060 dias. No entanto, a natureza dessa trajetória mudou. “O mercado atual não é impulsionado apenas pela especulação, mas pela participação direta das maiores instituições financeiras do planeta”, escreveu Lunde.
A BlackRock, que hoje administra cerca de US$ 100 bilhões em Bitcoin, é o maior símbolo dessa transformação. Em ciclos anteriores, a expectativa de uma adoção institucional sustentava as altas. Agora, essa expectativa se concretizou. “Em 2025, os sonhos se tornaram realidade. O Bitcoin é parte integrante do sistema financeiro global”, destacou o pesquisador.
Bitcoin não verá outro bear market
A K33 afirma que o que antes eram movimentos cíclicos previsíveis, atrelados a eventos técnicos como o halving, hoje dão lugar a fluxos estruturais permanentes de capital.
A entrada contínua em ETFs à vista, o crescimento dos contratos futuros e a convergência regulatória positiva nos Estados Unidos e na Europa sustentam um novo modelo, no qual o Bitcoin se comporta mais como uma commodity institucional do que como um ativo especulativo de nicho.

Os dados recentes reforçam esse novo paradigma. O Bitcoin registrou seu maior acúmulo de 2025 na última semana, com uma exposição combinada de 63.083 BTC entre ETFs, futuros perpétuos e contratos da CME.
Além disso a atividade de negociação também cresceu de forma expressiva. O volume diário à vista atingiu US$ 4,7 bilhões, o maior dos últimos seis meses, enquanto o interesse em aberto (OI) de futuros aumentou em 16.642 BTC, marcando o maior salto desde julho.
Esse aumento no volume e na liquidez sinaliza uma mudança estrutural no perfil dos investidores. Antes, os ciclos de alta eram alimentados por traders de varejo. Agora, são as instituições financeiras, fundos e gestoras globais que comandam o ritmo do mercado. Para a K33, esse movimento indica maturidade e reduz a dependência de gatilhos previsíveis, como o halving ou o sentimento de varejo.
Não é mais uma aposta
Assim, apesar do tom provocativo, o relatório não sugere o fim da alta do Bitcoin. Pelo contrário: o novo regime pode sustentar tendências mais longas e menos voláteis. A eliminação do padrão de quatro anos, segundo Lunde, não enfraquece a tese do Bitcoin como reserva de valor, mas transforma a forma como ele responde aos ciclos econômicos.
“O Bitcoin deixou de ser uma aposta cíclica e passou a ser um ativo macro, integrado à dinâmica global de liquidez”, explica o analista. Ele acrescenta que o papel das políticas monetárias, dos fundos soberanos e das empresas listadas é hoje mais relevante do que qualquer métrica on-chain isolada.