- Gemini obtém registro na AUSTRAC e reforça presença na Austrália
- Exchange permitirá negociações diretas em dólares australianos (AUD)
- Nova expansão acompanha avanço regulatório do mercado cripto australiano
A exchange de criptomoedas Gemini anunciou na quarta-feira (8) uma expansão significativa na Austrália, fortalecendo seus serviços após obter o registro oficial junto à AUSTRAC, o órgão de inteligência financeira e combate à lavagem de dinheiro do país. A decisão chega em um momento estratégico, já na véspera da vigência de novas regras de regulação para exchanges de criptomoedas que prometem redefinir o cenário local.
A filial Gemini Intergalactic Australia Pty Ltd passa a operar em total conformidade, um requisito obrigatório para qualquer empresa que ofereça serviços de câmbio de ativos digitais na Austrália. Além disso, antes, os australianos usavam a plataforma global da Gemini sem entidade local, o que restringia integrações bancárias e recursos avançados.
Nova era regulatória no mercado cripto australiano
O governo australiano propôs um projeto de lei que amplia a supervisão das empresas de criptomoedas, exigindo licenças sob a Lei das Sociedades. A medida busca equiparar o setor cripto às instituições financeiras tradicionais, impondo padrões mais rigorosos de governança e transparência.
Segundo Saad Ahmed, chefe da Gemini para a região APAC, a decisão de expandir as operações no país já vinha sendo planejada há meses.
“A Austrália é um mercado com enorme potencial e estamos totalmente comprometidos em operar com segurança e conformidade”, afirmou em entrevista ao Decrypt.
Ahmed destacou que a Gemini quer se diferenciar pela liquidez, rigor regulatório e confiança na marca, reafirmando sua reputação como plataforma segura.
Para liderar a operação local, a Gemini nomeou James Logan, ex-gerente nacional da Luno Austrália e ex-executivo da Bitget, que atuará como chefe da Gemini no país.
Expansão com foco no usuário australiano
Com o novo registro, a Gemini permite negociações em dólares australianos (AUD), com integração ao NPP e PayID para transferências e pagamentos instantâneos. Além disso, essa mudança elimina a necessidade de enviar recursos para contas da empresa nos Estados Unidos, tornando o processo mais rápido e eficiente.
Ainda mais, a exchange busca uma Licença de Serviços Financeiros Australiana (AFSL) junto à ASIC, responsável por supervisionar e regulamentar o mercado financeiro. Porém, o objetivo é expandir o portfólio e oferecer produtos regulamentados, como derivativos voltados a clientes institucionais.
De acordo com o Global State of Crypto 2025, elaborado pela própria Gemini, 22% dos australianos possuem ativos digitais, índice comparável ao dos Estados Unidos. Além disso, O dado reforça o potencial de crescimento da região e o interesse crescente de investidores em criptomoedas e finanças descentralizadas no mercado global.
Para Ahmed, a expansão reflete “a missão da Gemini de construir um ecossistema seguro, transparente e confiável“, atendendo a um público cada vez mais sofisticado e exigente. “Acreditamos que a Austrália pode se tornar um dos polos cripto mais relevantes do mundo nos próximos anos“, concluiu.