- Holders realizam lucros, mas pressão vendedora no preço do Bitcoin segue controlada.
- ETFs e fundos institucionais mantêm alta demanda e sustentam o preço.
- Correção parece ajuste natural após recorde histórico de US$ 126 mil.
O Bitcoin (BTC) encerra a semana em compasso de espera, com o preço estabilizado em torno de US$ 117 mil após atingir um novo recorde histórico de US$ 126.199 na segunda-feira. Mesmo com o movimento de correção, a pressão vendedora permanece limitada. Enquanto isso, parte dos investidores realiza lucros após a sequência de altas que marcou o início do mês.
O indicador Network Realized Profit/Loss (NPL), da plataforma Santiment, mostrou um aumento expressivo nas vendas entre segunda e quarta-feira. Isso indica que holders estão vendendo suas posições com lucro significativo.
Essa realização parcial explica a pausa no rali, mas ainda não sugere uma reversão de tendência. De acordo com analistas da CryptoQuant, os níveis atuais de venda ainda estão bem abaixo dos registrados em topos anteriores. Isso indica que o mercado não atingiu um ponto de saturação.
Nas últimas quatro semanas, o volume de lucros realizados pelos investidores somou 0,26 milhão de BTC, o equivalente a cerca de US$ 30 bilhões. Esse número representa metade do pico de julho, quando o mercado registrou US$ 63 bilhões em ganhos.
Mesmo assim, o Bitcoin segue acima de seus principais suportes técnicos, sustentado por uma combinação de fatores institucionais e macroeconômicos favoráveis.
Os chamados “Bitcoin OGs”, que detêm moedas há mais de dez anos, também demonstram cautela ao vender. O volume de moedas antigas gastas nas últimas semanas é de apenas 5 mil BTC, uma redução de 94% em relação aos picos de julho.
Esse comportamento indica que os detentores de longo prazo ainda confiam na continuidade da valorização, preferindo manter suas posições mesmo diante de pequenas correções.
Preço do Bitcoin
Enquanto investidores individuais aproveitam para realizar lucros, as instituições seguem comprando. Dados da SoSoValue mostram que os ETFs de Bitcoin à vista registraram US$ 2,72 bilhões em novas entradas apenas nesta semana. É a segunda semana consecutiva de fluxo positivo, um sinal de que o interesse de fundos e grandes investidores continua elevado.
Além disso, empresas vêm adotando a criptomoeda em suas tesourarias corporativas. A DDC Enterprise Limited, listada em bolsa, anunciou a conclusão de uma rodada de financiamento de US$ 124 milhões. Este financiamento destina-se a expandir sua reserva de BTC, que já soma 1.058 moedas. Outro caso é o da KindlyMD, que planeja um empréstimo conversível de US$ 250 milhões para ampliar sua exposição ao ativo. Isso será feito por meio da Nakamoto Holdings.
No cenário internacional, o movimento também ganha força. O fundo soberano de Luxemburgo se tornou o primeiro da zona do euro a investir oficialmente em Bitcoin, alocando 1% de seus recursos em ETFs do ativo. A decisão é vista como um marco simbólico na adoção institucional europeia. Isso tem potencial para influenciar outros fundos soberanos a seguir o mesmo caminho.
Mesmo com os fundamentos positivos, o mercado ainda enfrenta oscilações de curto prazo. O Índice de Força Relativa (RSI) recuou para 59 pontos, saindo da zona de sobrecompra. Isso sinaliza um possível período de consolidação antes de uma nova tentativa de alta. Caso o Bitcoin perca o suporte dos US$ 120 mil, analistas projetam recuo até US$ 116 mil, região de suporte mais forte no gráfico diário.
Por outro lado, se a pressão compradora se mantiver e o ativo voltar a superar US$ 123 mil, o mercado pode retomar o caminho rumo aos US$ 126 mil e buscar novos recordes nas próximas semanas.
