- Tarifas de Trump pressionam o Bitcoin e aumentam a volatilidade
- Investidores institucionais acumulam BTC enquanto traders reduzem alavancagem
- Mercado dividido: compradores sustentam suporte, ursos reforçam tendência de queda
A escalada das tensões entre os Estados Unidos e a China reacende o medo nos mercados globais. O presidente Donald Trump intensifica as tarifas comerciais, e o Bitcoin sente o impacto direto. Com a crescente incerteza, os traders evitam novas posições alavancadas, e o preço da principal criptomoeda do mundo volta a testar regiões de suporte críticas.
Os dados recentes mostram que o mercado tenta se equilibrar após a forte correção da semana passada. No entanto, os ventos contrários da nova guerra tarifária e a paralisação do governo americano minam o otimismo. Esse cenário deixa os investidores mais cautelosos, especialmente os que operam contratos futuros de Bitcoin.
Investidores à vista resistem, mas o medo domina o mercado
Mesmo com a pressão vendedora, os fluxos dos ETFs de Bitcoin à vista e o Coinbase Premium Index seguem em alta constante desde a queda para US$ 107 mil em 10 de outubro. Essa recuperação discreta mostra que investidores institucionais continuam comprando o ativo, enquanto os traders da Binance reduzem suas posições compradas, apostando em novas baixas.
Os indicadores de delta de volume e juros em aberto reforçam essa divergência. O delta à vista mostra acúmulo de BTC nas corretoras americanas, mas o delta negativo nos futuros revela que os traders de derivativos seguem vendendo agressivamente. Essa dinâmica cria um mercado dividido: quem compra acredita na retomada, enquanto quem vende tenta lucrar com a queda.
A diferença entre os volumes de mercado à vista e futuro explica parte da atual fraqueza do Bitcoin. O delta positivo dos compradores à vista oferece um suporte entre US$ 107 mil e US$ 108 mil, mas o aumento das posições vendidas reforça o controle dos ursos no curto prazo.
Cenário técnico ainda sugere volatilidade nas próximas semanas
Os mapas de calor de liquidação de grandes corretoras, como Binance, Bybit e BitMEX, mostram áreas críticas entre US$ 106.300 e US$ 104 mil. Nessas regiões, os traders de momentum podem tentar forçar liquidações de posições compradas, o que aumentaria ainda mais a volatilidade. Já as posições vendidas correm risco de fechamento caso o preço volte para US$ 115 mil.
Apesar da tensão, analistas enxergam oportunidade. O diretor de investimentos da Lekker Capital, Quinn Thompson, afirmou que “a liquidação de 10 de outubro gerou mais alavancagem do que todo o primeiro trimestre de 2025”. Ele acredita que a situação atual lembra o cenário anterior à vitória de Trump em 2024, quando o Bitcoin subiu fortemente após a estabilização do mercado.
A conta de macroeconomia Tom Capital reforçou o alerta, “Negociem de acordo com a ação do preço. A próxima semana trará eventos decisivos”.
Com o impasse comercial entre EUA e China em escalada e a política econômica de Trump em destaque, o Bitcoin volta ao centro do tabuleiro geopolítico, refletindo o humor instável de um mercado que, mais uma vez, teme o poder das tarifas.