- Hackers norte-coreanos usam IA para roubar bilhões em criptomoedas.
- Relatório da ONU liga ataques à lavagem via Rússia e Camboja.
- Comunidade internacional reage com novas medidas de segurança digital.
O alerta soou forte nos bastidores do mercado cripto e das diplomacias internacionais. Um novo relatório do Multilateral Sanctions Monitoring Team (MSMT) revelou que hackers ligados ao governo da Coreia do Norte roubaram US$ 2,84 bilhões em criptomoedas entre janeiro de 2024 e setembro de 2025. O dinheiro foi lavado por meio de intermediários sediados principalmente na Rússia, em Hong Kong e no Camboja.
Esses ataques, realizados com precisão e sigilo, alimentam diretamente os programas de mísseis do regime norte-coreano, segundo o documento. A investigação identificou que parte das operações passou pela empresa Huione Group. Especialmente sua divisão Huione Payment, usada para converter ativos digitais em moedas tradicionais. Isso dificulta o rastreamento das transações.
Os especialistas do MSMT destacaram que os cibercriminosos norte-coreanos vêm aprimorando suas técnicas. Eles recorrem inclusive a ferramentas de inteligência artificial para tornar os ataques mais difíceis de detectar. A utilização de IA permite criar códigos maliciosos mais complexos, simulando padrões de comportamento humano. Isso confunde sistemas de defesa automatizados de corretoras e plataformas DeFi.
Esse avanço tecnológico preocupa autoridades, que temem um efeito dominó sobre a segurança global das criptomoedas. A vulnerabilidade não afeta apenas exchanges centralizadas, mas também projetos descentralizados que movimentam bilhões de dólares diariamente. Por isso, cresce a pressão internacional por novas regulamentações e protocolos de proteção mais rígidos.
Hackers da Coreia do Norte
O Ministério das Relações Exteriores do Japão reagiu rapidamente. Ele afirmou que continuará trabalhando “em estreita cooperação com a comunidade internacional para garantir a implementação total das resoluções da ONU”. O objetivo é bloquear as fontes de financiamento que sustentam o programa militar da Coreia do Norte.
Outros países também reforçaram seus sistemas de monitoramento e rastreamento de transações suspeitas. Especialistas defendem que o fortalecimento das ferramentas de auditoria blockchain. Além disso, a integração de mecanismos de detecção com IA podem reduzir o impacto de ataques semelhantes no futuro.
Assim, o mercado sentiu os reflexos da revelação. O Ethereum (ETH), segunda maior criptomoeda do mundo, registrou queda de 11,72% em uma semana. Isso ocorreu mesmo após uma breve alta de 2,65% nas últimas 24 horas. Analistas afirmam que o roubo massivo gerou desconfiança temporária entre investidores institucionais. Eles voltaram a priorizar ativos mais seguros.
A magnitude das ações da Coreia do Norte não é isolada. O país já foi responsabilizado por ataques de alto impacto, como o hack à Axie Infinity em 2022. Desde então, as perdas acumuladas já ultrapassam US$ 4 bilhões, consolidando o regime como um dos principais atores de cibercrime financeiro global.


