- Singapura bloqueia fortuna em Bitcoin ligada a rede criminosa
- Chen Zhi é acusado de comandar fraude bilionária global
- EUA e Reino Unido ampliam sanções contra grupo Prince Holding
Singapura bloqueou mais de US$ 150 milhões ligados a Chen Zhi, presidente do Prince Holding Group, em ampla operação contra fraudes com Bitcoin. A medida faz parte de uma investigação que o conecta a uma rede de fraude de US$ 14,4 bilhões, que teria utilizado trabalho forçado e esquemas ilegais de “abate de porcos” expressão usada para golpes de investimento que atraem vítimas por meio de relacionamentos falsos e promessas de lucros rápidos.
A polícia de Singapura confirmou o congelamento de seis propriedades, contas bancárias, títulos, dinheiro em espécie, um iate, 11 veículos e bebidas de luxo pertencentes a Chen e a seus associados. Nenhum deles está no país no momento. Além disso, as ações começaram após EUA e Reino Unido acusarem Chen, classificando o caso como “uma das maiores fraudes transnacionais da Ásia”.
Rede global de lavagem e mineração
Segundo documentos judiciais dos EUA, a rede de Chen movimentou bilhões de dólares através de mais de 100 empresas de fachada e mineradoras. Porém, essas entidades lavavam o dinheiro roubado, convertendo-o em Bitcoin “limpo”, difícil de rastrear. Entre maio de 2021 e agosto de 2022, investigadores rastrearam US$ 18 milhões vindos de 250 vítimas americanas, apenas uma fração estimada.
As autoridades dos EUA acreditam que parte do dinheiro passou pela LuBian Mining Pool, uma empresa que perdeu 127 mil BTC (avaliados em US$ 14,5 bilhões) após um ataque em 2020. Além disso, o grupo de Chen teria usado LuBian e Warp Data, no Laos, para criar criptomoedas “legítimas”, ocultando a origem ilícita dos recursos.
Reação internacional e consequências
O departamento do tesouro dos EUA sancionou 146 pessoas e empresas ligadas ao Prince Holding Group, enquanto a FinCEN acusou o Grupo Huione, também do Camboja, de lavar US$ 4 bilhões. Além disso, o Scott Bessent afirmou que as medidas são “resposta global a um crime global”, com perdas acima de US$ 16 bilhões nos EUA.
No Reino Unido, sanções semelhantes foram aplicadas. Após os anúncios, uma carteira ligada ao pool de Chen movimentou 11.886 BTC após três anos parada, levantando suspeitas defensivas.
Se o confisco dos EUA tiver êxito, o país poderá adicionar bilhões em Bitcoin às reservas oficiais, hoje entre US$ 15 e 20 bilhões. O caso expõe como o uso de criptomoedas em esquemas ilícitos ainda desafia autoridades globais, apesar dos avanços em transparência e compliance digital.



