- O CVERC acusa os EUA de apreensão irregular de 127 000 BTC
- Os EUA afirmam que agiram dentro da lei contra fraude em criptomoedas
- O caso revela vulnerabilidades no setor cripto e um novo risco geopolítico
Um órgão de segurança cibernética da China revelou uma acusação surpreendente, o governo dos Estados Unidos teria tomado aproximadamente US$ 13 bilhões em Bitcoin, os fundos resultariam de um roubo à mineradora LuBian Mining Pool em 2020 e, segundo a versão chinesa, teriam sido apreendidos de forma questionável. A controvérsia agora ganha tom geopolítico com o envolvimento dos dois países.
O relatório técnico do Centro Nacional de esposta a emergências de Vírus de Computador da China (CVERC) afirma que hackers extraíram 127.000 Bitcoins da LuBian e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) apreendeu os ativos após a transferência. Os Estados Unidos afirmam que a operação foi legal, conduzida para desmantelar um grande esquema de fraude cripto liderado por Chen Zhi.
Entenda o caso LuBian e o ataque de 2020
O ataque ocorreu em 29 de dezembro de 2020 e atingiu a LuBian Mining Pool. Os hackers utilizaram vulnerabilidades de sistema para retirar cerca de 127.272 Bitcoin, que na época valiam bilhões de dólares. Essa operação gerou curiosidade entre especialistas porque os fundos ficaram praticamente inativos durante quase quatro anos, segundo o CVERC, sugere uma organização de hackers em nível estatal.
O relatório aponta que os Bitcoins ficaram intactos até junho de 2024, quando migraram para carteiras ligadas ao governo americano. Em outubro de 2025, o DOJ anunciou publicamente a apreensão, classificando o episódio como o maior confisco de criptomoedas da história dos Estados Unidos.
A visão chinesa e a resposta dos EUA
Enquanto os EUA sustentam que a operação foi legítima e visou desmantelar uma rede de “pig butchering” esquema de fraudes com criptomoedas que captavam vítimas com promessas de investimento, o CVERC questiona essa narrativa. A agência afirma que a apreensão pode ter sido a etapa final de uma operação coordenada pelos mesmos invasores que roubaram os Bitcoins da LuBian.
Ainda mais, a acusação chinesa lança nova luz sobre as tensões tecnológicas e financeiras entre Pequim e Washington. Além disso, o valor de cerca de US$ 13 bilhões coloca esse episódio entre as maiores apreensões de criptoativos já registradas no mundo.

