- Pressão dos índices ameaça Strategy e aumenta risco para o Bitcoin.
- Mercado teme impacto bilionário se a exclusão realmente ocorrer.
- Data crítica pode redefinir confiança institucional no setor cripto.
15 de janeiro pode marcar o momento mais tenso para a Strategy e para o Bitcoin, porque a data deve definir se a empresa permanecerá ou não nos principais índices globais. A revisão, conduzida pela MSCI, ganhou força depois de longas discussões sobre a natureza operacional da companhia liderada por Michael Saylor.
A situação ficou delicada quando a MSCI decidiu ampliar a análise publicada em 10 de outubro, criando dúvidas sobre a classificação da empresa. Desde então, analistas de grandes bancos passaram a questionar se a Strategy seria apenas uma empresa de software ou um veículo financeiro concentrado em Bitcoin.
A controvérsia cresceu porque a empresa mantém mais de 50% do balanço em criptoativos, algo que pressiona os critérios tradicionais usados pelos índices globais. Assim, a possibilidade de reclassificação se tornou real.
A MSCI avalia acessibilidade, liquidez e tamanho das empresas antes de definir sua permanência nos índices. E, justamente por isso, a Strategy entrou em uma zona cinzenta. A companhia não se encaixa com clareza nos modelos tradicionais.
O debate ganhou mais intensidade depois que JP Morgan sugeriu saídas de até US$ 8,8 bilhões, caso outras provedoras repitam o mesmo processo de reclassificação. A projeção ampliou o clima de incerteza no mercado.

Strategy vive momento delicado
Saylor reagiu rapidamente. Em 21 de novembro, ele afirmou em X que a Strategy não é um fundo nem um fideicomiso, afastando qualquer comparação com estruturas passivas. Segundo ele, a empresa opera como uma companhia de software com uma estratégia de tesouraria inovadora.
O executivo reforçou que a empresa não só detém Bitcoin, mas também cria produtos de crédito digital, como $STRK, $STRF, $STRD, $STRC e $STRE, que somam mais de US$ 7,7 bilhões em valor nominal. Ele argumentou que esse conjunto de operações mostra atividade real, e não apenas custódia de ativos.
Analistas como Adam Livingston defendem que a Strategy é uma empresa ativa que usa Bitcoin como capital produtivo. Para eles, a reclassificação ignora o modelo de negócios da companhia e alimenta uma campanha de medo.
Outros especialistas, incluindo James E. Thorne, afirmam que a empresa rompe o padrão tradicional ao usar Bitcoin para desenvolver novos produtos financeiros. Assim, classificá-la como simples tesouraria seria reduzir sua complexidade.
Mesmo com essas defesas, o mercado segue atento. A exclusão da Strategy de índices como o MSCI USA ou o MSCI World poderia empurrar grandes investidores a vender ações imediatamente. Isso criaria pressão adicional sobre o Bitcoin.
O impacto direto ocorre porque a Strategy é um dos maiores detentores corporativos de BTC, funcionando quase como um símbolo do apetite institucional por cripto. Qualquer mudança drástica em sua classificação tende a refletir no preço.
Hoje, o Bitcoin ronda US$ 80 mil, abaixo do nível de US$ 100 mil citado por analistas como referência psicológica. Parte do mercado acredita que a incerteza sobre a Strategy explica boa parte dessa queda recente.

