- Colapso do XPL expôs promessa exagerada e uso muito baixo
- Tokenomics pesada e silêncio da equipe aceleraram a queda
- Recuperação depende de utilidade real e engajamento imediato
A queda abrupta do XPL reacendeu o debate sobre projetos que chegam ao mercado com forte narrativa, mas pouca sustentação prática. O entusiasmo inicial desapareceu quando os dados on-chain mostraram baixa utilização, pressão de oferta e comunicação insuficiente.
Agora, o XPL negocia quase 90% abaixo do pico, enquanto investidores tentam entender se o fundo finalmente chegou. O mercado observa cada movimento da Plasma em busca de sinais concretos de recuperação.
A estreia que virou decepção
A Plasma lançou sua rede em setembro com grande expectativa. A venda pública arrecadou US$ 500 milhões, dez vezes mais que o plano original, o que posicionou a empresa como forte concorrente na corrida pela infraestrutura de stablecoins em 2025. A promessa incluía pagamentos instantâneos, altíssima escalabilidade e parcerias de peso, como Elliptic, Binance Earn e Chainlink Scale.
Porém, a euforia durou pouco. O preço do XPL atingiu US$ 1,67 logo após o lançamento, elevando o valor de mercado para mais de US$ 2 bilhões. Depois, começou a derrocada. Em outubro, o token desabou para US$ 0,31 e, nas semanas seguintes, caiu para a faixa atual de US$ 0,18 a US$ 0,20.

A velocidade com que a equipe trouxe a blockchain da ideia à produção menos de um ano gerou alerta entre especialistas. A própria Plasma admitiu concessões de engenharia nesse processo. E, apesar disso, a narrativa inicial convenceu, uma rede criada exclusivamente para liquidações de stablecoins, transferências de USDT sem taxas e uma carteira com experiência de banco digital.
A pressão da oferta e a falta de uso travaram o XPL
O colapso do token se explica, em grande parte, pela baixa atividade. Em horários recentes, a Plasma registrava apenas 3,6 transações por segundo, muito longe dos 1.000 TPS prometidos. Esse descompasso alimentou dúvidas sobre a real capacidade da rede.
A tokenomics também levantou preocupações. Cerca de 1,8 bilhão de tokens estavam em circulação já no lançamento, representando 18% do fornecimento total de 10 bilhões. Grandes alocações destinadas à equipe e a investidores early stage criaram receio de pressão constante de desbloqueio.
Assim, quando o hype perdeu força, o preço desabou. Sem uso real e com excesso de oferta, a correção se tornou inevitável. Hoje, permanecem majoritariamente os detentores mais pacientes, enquanto os especuladores já saíram há semanas.
No início de novembro, a Plasma divulgou uma atualização detalhada, mas ela frustrou investidores. A equipe apresentou avanços técnicos, embora nenhum elemento capaz de impulsionar o ecossistema no curto prazo. A atenção agora está no Plasma One, a carteira digital que funcionaria como um neobanco gerador de rendimento. Mesmo assim, os dados da blockchain não mostram aumento de atividade, o que reforça a percepção de estagnação.
Além disso, a baixa comunicação se tornou outro problema sério. A Plasma fala com o mercado apenas por relatórios mensais, enquanto a maior parte das empresas cripto utiliza canais ativos e constantes nas redes sociais. Esse silêncio prolongado aumentou a incerteza e acelerou a queda.
Agora, o mercado observa a Plasma com cautela. A infraestrutura ainda pode evoluir, mas o XPL precisa provar utilidade real algo que, até aqui, não apareceu. O futuro do projeto depende disso.

