- Bitcoin permanece preso entre US$ 78 mil e US$ 92 mil, indicando fraqueza estrutural.
- Analistas alertam que 2026 pode trazer forte queda devido à baixa liquidez e pressão macroeconômica.
- Críticas de Ray Dalio reforçam riscos ligados a energia, rastreabilidade e vulnerabilidade tecnológica.
O Bitcoin entra na reta final de 2025 em uma zona perigosa. Apesar de algumas tentativas de recuperação, o ativo segue travado em um intervalo que, segundo analistas, pode antecipar um 2026 de forte queda. Os clusters de liquidez atuais apontam para uma movimentação restrita entre US$ 78 mil e US$ 92 mil, faixa que limita qualquer avanço mais firme. A resistência em US$ 90 mil continua a barrar o preço e mantém o mercado em padrão lateral.
O analista Ted Pillows destacou no X que o Bitcoin voltou a se estabilizar próximo de US$ 88 mil, mas não consegue avançar além disso. “Qualquer movimento em direção a US$ 90 mil encontra forte resistência vendedora”, afirmou. Para ele, enquanto o preço não recuperar essa faixa, a oscilação lateral continuará. Ele reforçou que os clusters de liquidez seguem entre US$ 78 mil e US$ 92 mil, o que reduz as chances de rompimentos relevantes.
Na mesma linha, Michaël van de Poppe avaliou que o Bitcoin rejeitou uma zona de resistência crucial, mas ainda mantém alguma perspectiva positiva nos prazos menores. “A rejeição em US$ 90 mil não é um mau sinal por enquanto”, disse. Mesmo assim, ele indicou que a estrutura só voltará a inspirar confiança se o suporte em US$ 86 mil continuar firme. Caso contrário, o mercado pode buscar níveis mais baixos.

Bitcoin
A possível defasagem em relação ao mercado de ações alimenta especulações sobre um rali de fim de ano. No entanto, analistas afirmam que esse movimento pode não se sustentar em 2026. A liquidez global já está pressionada, e a alavancagem excessiva dos mercados preocupa especialistas. O analista Luke Gromen afirmou que os bancos centrais não devem repetir uma “impressão nuclear” de dinheiro no próximo ano, contrariando a expectativa de quem aposta em estímulos agressivos.
Segundo Gromen, “a economia está altamente alavancada e todos sabem que o Bitcoin, como último alarme de liquidez, representa a própria crise do mercado de ações”. Ele acrescentou que, embora veja o Bitcoin como investimento de longo prazo, o ativo pode enfrentar um ano difícil com a combinação de deflação, restrição monetária e estresse nos mercados tradicionais.
Além disso, críticas estruturais ao Bitcoin voltaram ao debate. O bilionário Ray Dalio afirmou possuir apenas uma pequena quantidade de BTC e voltou a listar problemas que podem prejudicar o ativo. Para ele, questões como rastreabilidade, possibilidade de bloqueios governamentais e o elevado consumo de energia da rede tornam o Bitcoin vulnerável. Dalio também citou os riscos quânticos como uma ameaça futura ao modelo de segurança do protocolo.
“O Bitcoin sofreu críticas por sua enorme demanda energética e pelos riscos relacionados à computação quântica, além da extrema volatilidade”, destacou Dalio ao comentar o cenário. Especialistas lembram ainda que Fed e Banco do Japão podem manter o Bitcoin preso entre US$ 80 mil e US$ 100 mil, limite que reforça a tese de fraqueza.

