Desde que a Suprema Corte da Índia suspendeu as restrições bancárias para exchanges em março, os volumes de comércio de criptomoedas dispararam no país. Conforme mostram os dados de volume da Paxful e LocalBitcoins compilados pela Coin Dance, o volume de comércio P2P atingiu uma alta histórica em julho.
De fato, de acordo com um porta-voz da Paxful, a Índia é hoje um dos cinco principais grupos de usuários de Bitcoin com maior crescimento em todo o mundo. Os volumes que o país movimenta na exchange passou de US$ 576.000 em maio de 2019, para US$ 8,97 milhões em julho de 2020.
Já os volumes de negociações P2P registrados na Paxful e LocalBitcoins atingiram os US$ 13,7 milhões recentemente. Além disso, bolsas menores que atendem ao mercado indiano, como a Delta Exchange, também estão em amplo crescimento. Segundo o CEO da Delta Exchange, Pankaj Balani, o número de novas inscrições estão crescendo a uma taxa de 100% mensal.
Medidas políticas impulsionam adoção do Bitcoin na Índia
Estes recentes aumentos tem uma possível explicação, de acordo com Siddhartha Dutta, CEO da Marlin. Para o CEO, o crescimento da demanda por Bitcoin e outras criptomoedas reflete a desmonetização que ocorreu em 2016. Na época, o governo indiano recolheu uma grande porcentagem de papel-moeda, fazendo com que seus cidadãos se voltassem para o Bitcoin como reserva de economia.
Com o decreto do governo indiano, diversas contas antigas perderam seu valor repentinamente. Assim, Dutta destacou que por não ser controlada por nenhum governo, a principal criptomoeda começou a ser atraente, vindo a ser adotada por diversos indianos.
Essa adoção repentina pode ser identificada pelo valor regional do ativo. O preço do Bitcoin na Zebpay, uma exchange indiana, subiu de US$ 757 para US$ 1.020, em apenas 18 dias após o decreto. Enquanto isso, ao mesmo nos EUA, o valor do ativo permaneceu relativamente estático.