Segundo pesquisa realizada pela Forbes, aparentemente a metade do volume de transações com bitcoin dentro das exchanges de criptoativos é falso.
Volume fake
A revista Forbes fez um levantamento que apontou que pouco mais da metade do volume de negociação de bitcoin (BTC) informado pelas exchanges é falso.
No total o estudo pesquisou o volume informado em 157 exchanges de criptoativos.
Segundo o levantamento, aproximados 51% dos dados apresentados pelas exchanges na data estudada era falso.
O levantamento feito no dia 14 de junho mostrou que as exchanges transacionaram cerca de US$ 128 bilhões, sendo coletando as informações fornecidas pelas exchanges, estas relataram que o volume total de negociações foi de US$ 262 bilhões.
As exchanges foram elencadas em três categorias de acordo com o volume de negociação fraudulento apresentado.
Os analistas disseram que os dados das exchanges Binance.US, Coinbase, FTX.US, WazirX, e Gemini, entre outras, são confiáveis.
Mas curiosamente a Binance global não ficou neste grupo, portanto, supostamente relataria dados de volume transacional falso.
Segundo a Forbes, cerca de 45% do volume informado pela Binance Global seria falso.
Na primeira categoria, identificada como menos fraudulenta (0% a 25% de erro), estão 48 exchanges que transacionaram cerca de US$ 39 bilhões em volume real de negociação.
Nesta categoria estão listadas o CME Group, a Coinbase, a Kraken, a Crypto.com, Binance.US, LMAX Digital, FTX, OKX, Gate.io, BitMEX e Deribit, entre outras.
Na segunda categoria estão 73 exchanges que fraudaram entre 26% a 79% do volume transacionado.
Este grupo transacionou cerca de US$ 81 bilhões contra os US$ 158 bilhões declarados.
A Binance Global e ByBit são as principais deste grupo.
Por fim, na terceira categoria estão as outras 36 exchanges (mais de 80% de erro) que de fato transacionaram o volume de US$ 7,7 bilhões, mas reportaram volume de US$ 59 bilhões transacionados em BTC.
Wash trading
Aparentemente este tipo de informação fraudulenta é comum entre corretoras de ações e exchanges de criptoativos.
O nome desta prática é “wash trading”, mas também leva os nomes de “round trip trading” ou “wash sales”.
A prática consiste em a própria instituição financeira postar ofertas na boleta de negociação de ativos, ou até fazer trades de compra e venda para aumentar artificialmente o volume das negociações, tentando transparecer certa popularidade à instituição ou ativo.
Estas práticas quase não geram perdas à instituição uma vez que ela mesma recebe as próprias taxas de negociação.
Também não moldam o preço do ativo, pois as ordens de compra e venda geralmente levam o mesmo preço.
Ademais, habitualmente estas operações são mediadas por robôs que gerenciam fielmente os riscos de entradas e saídas.
Estas práticas não são tão difíceis de serem descobertas, porém como não há fiscalização as instituições financeiras abusam dessa manipulação de volume financeiro transacionado.
Cabe salientar também que a análise de volume no mercado cripto é muito dependente de oráculos, e geralmente estes dados não são semelhantes.
Durante esta redação, enquanto o site Coingecko reportava volume de transação em BTC em 24h em US$ 66,4 bilhões; o CoinMarketCap registrava US$ 68,8 bilhões.
A diferença entre estes que são uns dos principais agregadores de informações cripto era de pouco mais de 6,3 % no volume de transação de BTC nas últimas 24h.
Os dados apresentados pela forbes levanta a suspeita muito provável que o mercado todo possua dados forjados de volumes, tanto de stablecoins, contratos perpétuos, de valor depositado em garantia (TVL) em plataformas de DeFis e DEXs, volume de transações em plataformas de NFTs, entre outros.