Em uma publicação sobre o avanço de tecnologias inovadoras que revolucionaram o mundo, o portal de notícias The Fintech Times, conversou com especialistas das áreas de inovação tecnológica sobre os tokens não fungíveis (NFT).
De acordo com o portal, os NFTs possuem o potencial de se tornarem revolucionários como alguns dos avanços mais mais significativos da humanidade, como o avião em 1903, o computador em 1937, e da internet em 1974.
Assim, especialistas divagaram sobre o avanço tecnológico das blockchains, Web3, Metaverso, e DeFi para o futuro das Fintechs.
NFT e a drástica alteração da propriedade da arte
Colin Johnson, CEO da empresa de investimentos em artes, Freeport, disse que os NFTs ‘alteraram drasticamente a relação de propriedade da arte’, e que ‘a relação entre artistas, colecionadores e admiradores nunca mais será a mesma’.
De acordo com Johnson, ‘os NFTs permitem alguns benefícios importantes para artistas vivos, incluindo a capacidade de gerar um número comprovadamente limitado de edições, receber pagamentos contínuos de forma programática quando a arte é revendida, e permitir que apenas os fãs que compraram uma obra de arte comprem outra’.
Se comparado à venda de arte clássica, ‘onde a arte efetivamente entra em um buraco negro após a compra inicial’, os artistas têm ‘muito mais controle sobre o ciclo de vida de sua arte e como a comunidade se envolve com ela’, disse Johnson.
E citou plataformas como o Twitter (o Bitnotícias lembra que o Instagram também fez isso), onde os colecionadores ‘conseguem flexibilizar sua propriedade de forma verificável’ para aumentar o engajamento de sua obra nas redes sociais.
O CEO e cofundador do mercado de arte digital Exchange.Art, Alex Fleseriu, seguiu a mesma linha de raciocínio de Johnson explicando sobre os impactos na propriedade da arte digital com os NFTs.
‘Os NFTs permitem uma maneira verificável e segura de provar a propriedade da arte digital. Isso é feito por meio da tecnologia blockchain, que possibilita rastrear o histórico de propriedade e prevenir fraudes ou reproduções não autorizadas’.
Mais importante, citou a propriedade descentralizada, onde os colecionadores podem com uma simples conexão com a internet comprar e possuir uma obra de arte digital. De acordo com Fleseriu, ‘isso elimina a necessidade de intermediários como galerias ou casas de leilões, e permite que os artistas vendam diretamente para seu público’.
Comprovação de autoria e posse dentro da cadeia
Já Jack Lu, CEO da plataforma de leilões descentralizada, Bounce.Finance, discutiu a diferença entre possuir arte física e digital.
‘Quando se trata de arte, é importante diferenciar entre arte digital e arte física tradicional. Embora possuir uma peça de arte digital seja como guardar dinheiro em uma conta bancária, possuir arte física é como ter um punhado de dinheiro’.
Lu fez esta analogia devido à capacidade e possibilidade de se provar propriedade de um NFT dentro da blockchain.
‘Isso ocorre porque, graças à natureza da tecnologia blockchain, a propriedade de NFT é comprovada na cadeia, de modo que, da mesma forma que você pode fazer login em um aplicativo bancário e ver quanto dinheiro tem em sua conta, você pode olhe em sua carteira blockchain e veja as peças de arte digital que você possui’, explicou Lu.
Já quanto à propriedade de obra de arte física, há diversas limitações e complexidades que dificultam a comprovação de originalidade e registro de propriedade. E armazenar uma obra de arte física é bem mais complexa do que armazenar uma obra de arte digital, no caso, um NFT.
Nick Ntertsas, CEO e cofundador do mercado de NFT, Ethernity, explicou os NFTs mudaram a forma de propriedade de arte, ampliando os ‘grupos de potenciais compradores e oportunidades de lucro para artistas em todas as extremidades do espectro’.
Também ressaltou a importância da tecnologia blockchain, quanto à sua relação com a segurança e modelo de propriedade.
Arte acessível e compartilhável
Por fim, Eduardo Ibañez, CEO da plataforma LIFE Rewards, discutiu como os NFTs tornaram a arte mais acessível e compartilhável entre usuários e colecionadores.
‘A propriedade da arte era anteriormente reservada a um grupo seleto de pessoas com dinheiro e acesso, mas os NFTs possibilitaram que todos possuíssem trabalhos originais’, disse Ibañez.
Vale lembrar que as peças em NFT estão podendo ser comercializadas de forma fracionada, e inclusive existem os protocolos de tokens re-fungíveis (RFT), nas redes ETH e Polkadot, que fragmentam NFTs provendo propriedade múltipla.
‘Sendo ativos digitais, os NFTs também permitem que os proprietários compartilhem seus trabalhos facilmente nas mídias sociais e até mesmo os carreguem em suas carteiras. Isso ajuda a legitimar a arte digital e oferece aos novos artistas uma maneira fácil de compartilhar sua inspiração’, concluiu.