O Japão sediará uma série de encontros entre os líderes financeiros do G7 neste ano, com destaque para a política em relação as criptomoedas e o desenvolvimento de moedas digitais do banco central (CBDCs).
O G7 é composto por Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália, Estados Unidos e Japão e se reunirá no Japão no próximo mês para discussões abrangentes sobre a economia global e os mercados financeiros, conforme a programação da Cúpula de Hiroshima.
Os ministros do G7 buscarão meios eficazes de auxiliar economias em desenvolvimento na criação de CBDCs, de acordo com informações da Reuters, garantindo que estejam em conformidade com padrões internacionais.
‘Temos que lidar com os riscos do desenvolvimento da CBDC, garantindo fatores como transparência apropriada e boa governança’, afirmou o vice-ministro das Finanças do Japão, Masato Kanda, em um seminário em Washington.
O G7 também dará prioridade à discussão de um princípio de política pública para CBDCs de varejo, voltadas para o uso do público em geral, diferentemente das CBDCs de atacado, desenvolvidas para instituições, como é o caso do Real Digital no Brasil.
CBDCs
A regulamentação de ativos digitais ganhou destaque após falências e implosões de empresas de criptomoedas no ano passado. Os países do G20 decidiram adotar uma estrutura comum para ativos digitais, ainda em elaboração, que incluirá gerenciamento de riscos e medidas para lidar com possíveis colapsos e choques.
Kanda ressaltou que o aumento das criptomoedas trouxe ameaças à segurança dos investidores e reconheceu que nem todas as economias possuem o mesmo entendimento sobre o assunto.
‘Para as criptomoedas, há um pouco de visão divergente entre os países. Mas o consenso é definitivamente que precisamos de mais regulamentação, principalmente após o choque do FTX’, disse ele.
A China já lidera o desenvolvimento de CBDCs, com seu yuan digital em fase avançada de desenvolvimento pelo banco central. Os gastos com o yuan digital já mostram sinais de sucesso, ultrapassando 100 bilhões de yuans (US$ 13,9 bilhões) em transações em agosto do ano passado.