A FTX Trading entrou com uma ação contra o fundador Sam Bankman-Fried e outros ex-executivos da exchange de criptomoedas, buscando recuperar mais de US$ 1 bilhão que eles supostamente desviaram antes da FTX entrar em falência.
A queixa, apresentada em 20 de julho em um Tribunal de Falências dos Estados Unidos, nomeou a ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, o co-fundador da FTX, Zixiao ‘Gary’ Wang, o ex-diretor de engenharia da FTX, Nishad Singh, e Bankman-Fried como réus.
Na ação, a FTX alegou que os ex-executivos violaram seus deveres fiduciários ao supostamente desviar fundos de clientes de forma contínua para financiar condomínios de luxo, contribuições políticas e ‘caritativas’, investimentos especulativos e outros projetos pessoais. Além disso, a ação alegou que eles ‘abusaram de seu controle’ sobre a FTX e suas empresas relacionadas para cometer ‘uma das maiores fraudes financeiras da história’.
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Abuso de poder e transações questionáveis
Os réus criaram um ambiente em que um punhado de funcionários tinha ‘poder praticamente ilimitado’ para supervisionar transferências de ativos fiat e cripto, além de conceder a si mesmos o poder de contratar e demitir funcionários sem ‘nenhuma supervisão efetiva’ sobre como exerciam esses poderes, alegou a ação.
Além disso, a FTX alegou que os ex-executivos emitiram mais de US$ 725 milhões em ações para si mesmos, ‘sem que [os devedores] recebessem qualquer valor em troca’. A FTX alegou que Bankman-Fried e Wang também desviaram um adicional de US$ 546 milhões para comprar ações na plataforma de negociação Robinhood.
Consequências e defesa legal
A ação alegou que Ellison se pagou US$ 28,8 milhões em bônus e usou US$ 10 milhões dos fundos para comprar uma participação em uma empresa de inteligência artificial. A FTX também alegou que, em 24 de janeiro de 2022, Bankman-Fried transferiu US$ 10 milhões como um ‘presente’ de sua conta FTX US para a conta de seu pai na mesma corretora.
Pouco depois, o pai de Bankman-Fried fez seis transferências totalizando US$ 6,75 milhões para suas contas pessoais na Morgan Stanley e TD Ameritrade, afirma o processo. A FTX alegou que este ‘presente’ está sendo usado para financiar a defesa legal de Bankman-Fried.
A corretora de criptomoedas e suas subsidiárias agora são lideradas pelo chefe de reestruturação e CEO John Ray, após terem entrado com o Capítulo 11 (pedido de falência), em 11 de novembro de 2022.