A indústria do crime na Web3 está mudando seus métodos de operação, deixando de usar Bitcoin e recorrendo cada vez mais às stablecoins e Monero, de acordo com Tara Annison, ex-chefe de consultoria técnica de cripto da Elliptic. Os esquemas de Ponzi também estão em alta, um indicativo do mundo obscuro do crime relacionado à criptomoeda.
Em uma apresentação no último dia do EthCC em Paris, Annison compartilhou novas perspectivas sobre como os ativos digitais estão sendo usados para facilitar o crime e lavar dinheiro. Segundo ela, o Bitcoin já não é mais a criptomoeda de escolha para atividades ilícitas.
Com a maturação da indústria de criptomoedas, os protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), os serviços de mixagem e as stablecoins estão proporcionando novos caminhos para os criminosos explorarem. Eles têm usado cada vez mais ativos denominados em dólares, como a USD Coin (USDC), devido à sua fácil acessibilidade e capacidade de lavagem por meio de trocas descentralizadas (DEXs).
Annison ressalta a facilidade de uso dos DEXs para lavagem de dinheiro: “Os criminosos usam isso como ponto-alvo. Também é super fácil de lavar por meio de DEXs. Há uma liquidez profunda, um volume muito bom, o que é bastante preocupante.”
- Leia também: Presidente da SEC dos EUA estima gasto de US$ 2,4 bilhões para ‘combater’ empresas de criptomoedas
Congelamento de Tokens: Uma Possível Solução
No entanto, a especialista em criptomoedas também mencionou um potencial lado positivo. Ela observou que emissores centralizados, como a Circle, poderiam congelar tokens USDC específicos antes que os criminosos possam “sair do ativo” para moedas fiduciárias através de DEXs ou exchanges centralizadas.
Compre seu Ingresso Agora
“O que estamos vendo agora é um aumento no número de contas com USDC e USDT na lista negra, e esses são fundos congelados que os criminosos agora não podem acessar.”
Além disso, Annison destacou a prevalência contínua dos esquemas de Ponzi e pirâmide no setor, ressaltando que cerca de 7,8 bilhões de dólares foram roubados de vítimas destes golpes.
Conforme a indústria das criptomoedas continua a evoluir, é essencial ficar de olho em como ela pode ser explorada para atividades criminosas e trabalhar para criar salvaguardas eficazes. Enquanto o Bitcoin pode não ser mais a criptomoeda preferida dos criminosos, é claro que o crime digital continua sendo uma preocupação importante no espaço das criptomoedas.