O mercado de criptomoedas experimentou um aumento de 5,38% no volume combinado de negociações à vista (spot) e derivativos em exchanges centralizadas durante o mês de agosto, atingindo US$ 5,22 trilhões. Esse crescimento, o segundo consecutivo no ano, foi impulsionado por picos de volatilidade, principalmente devido à liquidação de posições relacionadas ao *carry trade* do Iene Japonês, que causou enfraquecimento tanto nos mercados tradicionais quanto no setor de ativos digitais.
O volume de negociações à vista nas exchanges centralizadas registrou um aumento de 7,06%, alcançando US$ 1,54 trilhões, o nível mais alto desde maio de 2024. Já o volume de derivativos também atingiu sua maior marca desde maio, com uma alta de 4,70%, totalizando US$ 3,68 trilhões. Esse aumento de volume reflete o ambiente de incerteza econômica e volatilidade, que atrai traders em busca de oportunidades.
No entanto, o mercado de derivativos sofreu com uma queda expressiva no interesse aberto (open interest), que caiu 15,7%, somando US$ 45,8 bilhões. Essa redução foi motivada por liquidações em massa, impulsionadas pela preocupação com o mercado financeiro japonês e o impacto nos mercados tradicionais. Binance, OKX e Bybit foram as exchanges mais afetadas, com quedas de 21,4%, 23,1% e 25,0%, respectivamente, no interesse aberto de derivativos.
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Criptomoedas
A Binance, maior exchange de criptomoedas do mundo, viu seu volume de negociações à vista aumentar pela primeira vez em cinco meses, recuperando uma participação de 29,0% no mercado. Apesar desse crescimento, o mercado de derivativos da Binance registrou uma queda na participação, agora em 42,7%, o que marca o terceiro mês consecutivo de declínio nesse segmento.
Enquanto isso, a Crypto.com destacou-se como uma das grandes ganhadoras em agosto, com um crescimento de 38,7% em seu volume de negociações à vista, atingindo US$ 95,6 bilhões, a maior marca desde 2022. O volume de derivativos da plataforma também registrou um aumento expressivo de 38,2%, alcançando um recorde histórico de US$ 104 bilhões. Esse crescimento reflete o aumento do interesse de traders em plataformas que oferecem diversidade de produtos e ferramentas para negociação.
Em contrapartida, o mercado de Ethereum (ETH) enfrentou desafios. O volume de futuros e opções de Ether na CME (Chicago Mercantile Exchange) caiu 28,7% e 37,0%, respectivamente, marcando o menor volume de futuros de ETH na exchange desde dezembro de 2023. Esse declínio sugere um interesse institucional abaixo do esperado no ativo, principalmente após o lançamento dos ETFs de ETH em maio.
A diminuição no fluxo de novos investimentos em ETH reflete uma menor confiança institucional no potencial de curto prazo do ativo, agravada por efeitos sazonais de baixa atividade em agosto. Com o mês de setembro historicamente apresentando volatilidade no mercado cripto, a expectativa é de que o mercado de derivativos, especialmente o de ETH, continue a apresentar desafios nos próximos meses.