A mineradora de Bitcoin Hut 8 anunciou o lançamento de um novo programa de GPU-as-a-service focado em inteligência artificial (IA). O sistema, que foi desenvolvido em parceria com a AdvizeX, oferece aos desenvolvedores de IA acesso a supercomputadores da Hewlett Packard Enterprise equipados com um cluster de 1.000 GPUs Nvidia H100, uma das tecnologias mais avançadas no setor de processamento gráfico.
A Hut 8, fundada em 2017 como uma empresa dedicada à mineração de Bitcoin, passou por uma transformação estratégica nos últimos anos. A empresa, que antes se concentrava exclusivamente em mineração de criptomoedas, agora aposta em serviços de computação em nuvem e IA. As GPUs, componentes essenciais tanto para a mineração de Bitcoin quanto para o desenvolvimento de IA, permitiram essa transição.
“A sobreposição tecnológica entre mineração de criptomoedas e IA tornou possível expandirmos nosso portfólio e oferecermos novas soluções para o mercado”, explicou Asher Genoot, CEO da Hut 8. O executivo ainda destacou que o lançamento do programa de GPU-as-a-service já está gerando receita e promete diversificar as fontes de renda da companhia.
Impacto do halving do Bitcoin
A mudança da Hut 8 não veio por acaso. O setor de mineração de Bitcoin enfrenta desafios crescentes desde o halving de abril de 2024, que reduziu a recompensa por bloco minerado de 6,25 BTC para 3,125 BTC. Como consequência, a dificuldade e o hashrate da rede Bitcoin atingiram patamares recordes, tornando a mineração uma atividade menos lucrativa. Essa pressão sobre os mineradores levou empresas como a Hut 8 a buscarem novas fontes de receita, e a oferta de serviços de IA surgiu como uma solução promissora.
Além disso, o mercado de GPUs de última geração, como a Nvidia H100, está em alta demanda, com gigantes do setor de tecnologia competindo por essa valiosa ferramenta. Isso fez com que o programa de GPU-as-a-service da Hut 8 se tornasse uma alternativa atraente para startups e desenvolvedores que precisam de acesso a essas potentes unidades de processamento, mas não possuem capital ou infraestrutura para operar seus próprios clusters.
O conceito de GPU-as-a-service é relativamente novo, mas vem ganhando força devido ao aumento das necessidades de processamento para IA. Em vez de construir e manter seus próprios data centers, empresas e desenvolvedores podem agora alugar o poder computacional por meio da nuvem, um modelo que reduz custos e permite escalabilidade.
“Estamos comprometidos em alocar nosso capital de forma disciplinada, e acreditamos que esse novo segmento de computação em IA vai gerar crescimento financeiro e estratégico para a empresa”, afirmou Genoot.