Empresas que adotam o Bitcoin como reserva de valor em seus balanços podem transformar o mercado de criptomoedas até 2025, segundo análise de Jake Ostrovskis, trader da Wintermute, uma renomada empresa de market-making e Mike Ermolaev, analista e fundador da Outsidepr.
Essa tendência, iniciada pela MicroStrategy, pode ganhar força com a entrada de mais companhias e até mesmo pequenas e médias empresas.
De acordo com Ostrovskis, a estratégia da MicroStrategy, que já adquiriu US$ 10 bilhões em Bitcoin e planeja investir ainda mais, está servindo de modelo. A empresa utiliza notas conversíveis e outras formas de alavancagem para aumentar suas reservas de bitcoin, movimento que impacta tanto o balanço financeiro quanto o preço das ações.
A estratégia de alavancagem para compra de Bitcoin não é exclusiva da MicroStrategy. Empresas como Mara e Riot, ambas do setor de mineração de Bitcoin, já utilizam modelos semelhantes.
Recentemente, a Metaplanet anunciou planos para emitir US$ 31,8 milhões em títulos com o objetivo de acelerar suas aquisições de bitcoin. Esse movimento tem sido chamado de “estratégia MicroStrategy”, em referência ao impacto positivo observado nos balanços das empresas pioneiras.
Reserva de Bitcoin nas corporações
Enquanto ETFs (fundos negociados em bolsa) de Bitcoin abrem portas para fundos de pensão e fundos soberanos, Ostrovskis destaca que as empresas corporativas possuem capital mais ágil e flexível. Ele acredita que essa agilidade permitirá que corporações entrem rapidamente no mercado cripto, antecipando-se a grandes instituições tradicionais.
Além disso, a entrada de hedge funds tradicionais, atraídos pela promessa de lucro, também está acelerando o interesse institucional no setor. Essas empresas aplicam estratégias clássicas de mercado, antes restritas a ações, agora no mundo das criptomoedas.
Ostrovskis prevê que a tendência de reservas corporativas de Bitcoin será ampliada em breve para outras criptomoedas, como o Ethereum. Ele afirma que não será surpresa se, em breve, uma empresa se tornar um “MicroStrategy do Ethereum”, diversificando ainda mais o mercado.
Na mesma linha de Ostrovskis, Mike Ermolaev, aponta que de 2009 a 2017 o Bitcoin ganhou terreno na adoção dos investidores de varejo, após, de 2017 a 2024, foi o momento da adoção institucional e agora, a terceira fase, que seria de 2025 até 2027, será de adoção governamental, impulsionada pela estratégia de BTC como reserva.
“Essa combinação de corporações, ETFs e estratégias inovadoras promete redefinir o ecossistema financeiro digital. O ano de 2025 pode marcar o início de uma nova era, onde empresas e governos dominam o mercado cripto, impulsionando a adoção em larga escala, até a quarta fase na qual o BTC se torna o maior ativo do mundo”, disse.