O Bradesco deu um passo inovador ao começar a testar pagamentos internacionais utilizando a stablecoin USDC, uma das mais reconhecidas no mercado de criptomoedas. O projeto piloto, confirmado pelo banco, busca modernizar o comércio exterior, oferecendo maior eficiência e redução de custos nas transações.
De acordo com Roberto Medeiros, diretor da área internacional e de câmbio do Bradesco, o modelo funciona da seguinte maneira:
- Exportador brasileiro define o preço de seu produto em stablecoins.
- O importador estrangeiro realiza o pagamento em USDC.
- A quantia chega à conta de uma startup brasileira parceira do banco, que liquida a stablecoin no mercado por dólares.
- O valor em dólares é transferido ao Bradesco, que converte a quantia em Reais e repassa ao exportador.
Medeiros destaca que este processo não apenas reduz custos, mas também acelera significativamente as operações internacionais, comparado aos métodos tradicionais.
Bradesco: Projeto piloto na Bolívia
Os testes iniciais estão ocorrendo na Bolívia, onde agricultores locais enfrentavam dificuldades com longos prazos para receber pagamentos em moeda local. Graças à regulação das stablecoins no país, os agricultores agora conseguem economizar tempo e dinheiro, tornando o comércio exterior mais eficiente.
“O uso de stablecoins no comércio internacional é um caminho sem volta, dado o ganho em facilidade e eficiência”, afirma Medeiros.
Apesar dos avanços, o diretor criticou pontos da proposta de regulação das stablecoins em consulta pública pelo Banco Central do Brasil. Ele apontou que medidas como a proibição da autocustódia e a limitação no envio de valores podem impactar negativamente bancos que utilizam stablecoins como ponte entre moedas estrangeiras.
Por outro lado, Medeiros garantiu que o Bradesco opera com empresas que seguem os procedimentos de KYC (Know Your Customer), garantindo a segurança e a conformidade das transações.
Com os resultados do piloto na Bolívia, o Bradesco planeja expandir o uso da USDC para clientes no Brasil a partir de janeiro de 2025. A iniciativa promete transformar as transações internacionais, trazendo maior competitividade e acessibilidade para empresas brasileiras que operam no mercado global.