A recente mudança de liderança nos Estados Unidos trouxe novidades significativas para o setor de criptoativos, especialmente com a nomeação de David Sacks como ‘czar de cripto’ e figura de destaque por seu apoio ao Bitcoin e a outras criptos, pelo governo de Donald Trump.
Entre as prioridades apresentadas estão a criação de um fundo soberano de investimento e a possibilidade de incluir reservas estratégicas de Bitcoin como um de seus ativos.
Bitcoin no centro de um possível fundo soberano
Na última semana, Donald Trump assinou uma ordem executiva que estabelece a criação de um fundo soberano nos EUA. O objetivo proeminente é o de gerar novas fontes de receita para o governo, de acordo com o texto da ordem. Durante uma conferência em Washington, David Sacks destacou que uma das primeiras atividades da equipe de trabalho será analisar a viabilidade de uma reserva estratégica de Bitcoin.
Embora o conceito de fundo soberano seja amplamente utilizado em países ricos em recursos naturais, como a Noruega com seus lucros do petróleo, a ideia de incluir Bitcoin no portfólio seria inédita para uma grande potência como os EUA.
James Butterfill, chefe de pesquisa da CoinShares, vê a proposta com otimismo. Butterfill destacou a relevância de ativos digitais na criação de reservas estratégicas e reconhece o potencial de valorização do Bitcoin, o que faria dele um ativo atrativo. Toda essa capacidade de valorização seria fundamental num cenário de elevação da dívida dos Estados Unidos.
Stablecoins como primeiro passo regulatório
Além do foco no Bitcoin, o governo planeja priorizar a aprovação de um projeto de lei sobre stablecoins. O senador Bill Hagerty introduziu o projeto, que prevê requisitos de reservas e uma estrutura regulatória moderada. A proposta visa permitir a regulação estadual de emissores menores, enquanto emissores com mais de US$ 10 bilhões seriam supervisionados por órgãos federais.
David Sacks enfatizou a importância das stablecoins na manutenção da dominância do dólar digital e na geração de demanda por títulos públicos. Para ele, isso poderia beneficiar diretamente a economia americana ao estabilizar as taxas de juros de longo prazo.
Sacks também criticou a falta de clareza regulatória sob administrações anteriores, o que teria levado startups de cripto a se estabelecerem fora do país. A nova abordagem busca garantir que inovações tecnológicas ocorram dentro dos EUA, promovendo proteção ao consumidor e desenvolvimento econômico local.
A movimentação regulatória sinaliza uma tentativa de alinhar a inovação tecnológica com os interesses econômicos nacionais. Dessa forma, a proposta estabelece um terreno fértil para o crescimento do setor de criptomoedas no país.