- A Rússia está usando criptomoedas em seu comércio de petróleo com a China e a Índia para contornar sanções ocidentais
- O Ministério das Finanças da Rússia já declarou publicamente que o país tem liberdade para usar ativos digitais no comércio internacional
- Enquanto a Rússia expande suas operações com criptomoedas, China mantém uma postura mais restritiva
Empresas russas de petróleo estão utilizando Bitcoin (BTC) e Tether (USDT) para facilitar transações comerciais com China e Índia, mesmo sob sanções internacionais. De acordo com a Reuters, as transações ocorrem por meio de intermediários que convertem moedas fiduciárias em criptoativos, permitindo a liquidação de pagamentos sem passar pelo sistema bancário tradicional.
Essa estratégia tem sido fundamental para manter as exportações russas, evitando bloqueios financeiros impostos pelo Ocidente. Especialistas apontam que essa prática pode se expandir, tornando-se um modelo recorrente para nações que enfrentam sanções econômicas.
Como funciona o comércio de petróleo com criptomoedas?
O processo começa com um comprador na China ou Índia, que paga por carregamentos de petróleo em sua moeda local para um intermediário. Esse intermediário então converte os valores em criptomoedas e os transfere para contas offshore. Depois, os fundos são movidos para outra conta na Rússia, onde são finalmente convertidos em rublos.
Segundo fontes anônimas citadas pela Reuters, um trader russo de petróleo movimenta mensalmente dezenas de milhões de dólares em transações utilizando Bitcoin e Tether. Além disso, especialistas indicam que criptoativos continuarão sendo usados no comércio exterior russo, independentemente das sanções.
O Ministério das Finanças da Rússia já declarou publicamente que o país tem liberdade para usar ativos digitais no comércio internacional. No entanto, a extensão do uso de criptomoedas nas transações de petróleo ainda não houve ampla divulgação até agora.
Adoção crescente de criptomoedas na Rússia e impactos globais
A adoção de Bitcoin pela Rússia segue uma tendência global de desdolarização, na qual países buscam alternativas ao dólar para transações internacionais. Enquanto a Rússia expande suas operações com criptomoedas, China mantém uma postura mais restritiva, banindo a maioria das transações cripto desde 2021.
Amazing breakdown of which countries hold the most bitcoin by @JAN3com . The US has got a lot of work to do! pic.twitter.com/9f6nwzkptQ
— KaMeek Lucas Taitt (@KaMeek) March 10, 2025
De acordo com dados da empresa de tecnologia Bitcoin Jan3, o governo chinês pode estar detendo pelo menos 193.000 BTC.
No entanto, apesar das restrições, empresas chinesas continuam a usar criptomoedas por meio de Hong Kong, que se tornou um dos maiores hubs globais para ativos digitais. Com essa nova dinâmica, a Rússia e seus parceiros comerciais estão redefinindo a forma como transações internacionais são realizadas, o que pode impactar a adoção do Bitcoin como reserva de valor e meio de troca.
O Banco Central da Rússia também propôs recentemente a legalização de investimentos cripto para indivíduos de alta renda, o que pode indicar uma aceitação ainda maior da tecnologia no país. À medida que a situação se desenrola, especialistas observam atentamente o impacto dessa estratégia no cenário econômico global.